Mateus Capítulo 19 - Estudo Bíblico - 25 de Novembro, 2023
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Objetivos do estudo bíblico

TítuloEstudo Bíblico – Evangelho de Mateus
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PremissaCompreender a Bíblia no contexto original judaico.
Escrito porFernando Rabello – fernandorabello@estudandoabiblia.org
Todos os direitos reservados – Estudando a Bíblia – ORG

Capítulo 19

Perguntas sobre o divórcio

Entendimento dos versos 1 ao 12

fernando rabello

Ao chegar no território da Judeia, Jesus atraiu grandes multidões. Durante sua seu tempo ali, Ele curou numerosos enfermos. Nesse contexto, alguns fariseus se aproximaram, buscando testá-lo. Eles perguntaram: “É lícito repudiar a própria esposa por qualquer motivo?” Jesus respondeu, evocando as Escrituras: “O Criador fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se uma só carne. Assim, eles não são mais dois, mas sim uma só carne”. Ele enfatizou: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”.

Intrigados, os fariseus questionaram: “Por que, então, Moisés permitiu a carta de divórcio?” Jesus, com firmeza, esclareceu: “Moisés concedeu essa permissão devido à dureza do coração humano. No entanto, no princípio, não era assim. Aquele que repudiar sua esposa, exceto em caso de adultério, e casar-se com outra, comete adultério”.

Observações:

  • Referência à Lei de Moisés e a Dureza do Coração Humano: Os fariseus mencionam a lei de Moisés, que permitia o divórcio sob certas condições. Jesus reconhece esta concessão, mas a atribui à “dureza do coração” dos homens naquele tempo. Ele insinua que a permissão de Moisés era uma acomodação às falhas humanas, não a idealização do plano de Deus para o casamento.
  • Ensinamento sobre o Divórcio e Adultério: Jesus então estabelece um padrão mais rigoroso do que o da lei mosaica. Ele ensina que o divórcio é permitido apenas em caso de infidelidade sexual. Caso contrário, tanto o que repudia quanto o que se casa com alguém divorciado comete adultério.

Não se casar por decisão própria

Após Jesus expor suas ideias sobre o casamento e o divórcio, os discípulos o questionaram, ponderando se valeria a pena casar-se, dado que o divórcio era justificável apenas em casos de adultério. Jesus, então, ampliou a discussão, esclarecendo que tal compreensão não é acessível a todos, mas apenas àqueles a quem Deus a revela. Ele exemplificou com os eunucos, explicando que existem aqueles que nascem nessa condição, outros que são feitos eunucos por intervenções humanas, e ainda há os que optam por viver como eunucos em prol do Reino dos Céus. Concluiu com um convite à reflexão: “Quem tiver capacidade para compreender, que compreenda!”

Este ensinamento sublinha que o chamado para o matrimônio não se destina a todos, uma verdade inegável e significativa.

Curiosidades:

A Igreja Católica se inspira nesta passagem, Mateus 19:12, e em outros textos, para justificar o celibato dos padres católicos. Segundo a Igreja, o celibato simboliza uma escolha livre de viver “com o coração indiviso”, representando uma entrega total a Deus e ao seu Reino. O Catecismo da Igreja Católica (CIC 2349) enfatiza que tal escolha deve ser feita com alegria, de forma que ela reflita e irradie o Reino de Deus.

Jesus e as crianças

Enquanto Jesus compartilhava seus ensinamentos sobre o matrimônio, algumas crianças foram levadas até Ele, com o intuito de que Ele as abençoasse e orasse por elas. Os discípulos, ao verem isso, começaram a repreender aqueles que trouxeram as crianças. No entanto, Jesus reagiu de maneira oposta, dizendo: “Deixem as crianças virem a mim e não as impeçam, pois o Reino dos Céus pertence a elas.” Após essa declaração, Ele colocou suas mãos sobre as crianças, abençoando-as, e então continuou sua jornada.

O moço rico

Certo dia, um jovem se aproximou de Jesus com uma questão fundamental: “Mestre, o que devo fazer de bom para obter a vida eterna?” Jesus, primeiramente, ressaltou a bondade de Deus e então orientou o jovem a seguir e praticar os mandamentos.

O jovem, confiante, respondeu que já observava todos esses mandamentos desde a juventude e indagou sobre o que ainda lhe faltava. Jesus, percebendo a sinceridade do jovem, propôs um desafio maior: “Se queres ser perfeito, vai, vende todos os teus bens, distribui o dinheiro aos pobres e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me.”

Ao ouvir essas palavras, o jovem ficou profundamente abalado, pois possuía muitas riquezas. Ele se afastou de Jesus, mergulhado em tristeza, pois não estava disposto a abrir mão de seus bens materiais.

Alguns detalhes devemos notar nesta passagem: o jovem rico sentia um vazio dentro de si e perguntou a Jesus o que deveria ser feito de bom para obter a Vida Eterna. Jesus respondeu que bom é somente Deus. Abaixo, citarei algumas informações importantes a notar sobre essa passagem de Mateus:

  • Quando Jesus diz que só Deus é bom, ele se refere a toda a criação. A expressão “E Deus viu que era bom” é citada sete vezes na Bíblia, todas durante a criação. Deus iniciou e concluiu sua obra, criando o ambiente em que moramos e vivemos e fazendo a humanidade à imagem e semelhança de Seu Filho Jesus, que é o molde de toda a criação. A obra redentora de Jesus ainda não terminou; por isso, Jesus responde ao jovem rico que só Deus é bom.
  • Quando Jesus cita os mandamentos ao jovem, observamos seis citações dos mandamentos, e, segundo a Bíblia, faltam mais alguns. Vejamos:
    1. Não matarás;
    2. não roubarás;
    3. não adulterarás;
    4. não levantarás falso testemunho;
    5. honra teu pai e tua mãe; e
    6. amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Pelo que conhecemos de Jesus, ele não deixaria passar nada em branco se não soubesse que algo no jovem estava errado. Será mesmo que o jovem estava guardando os mandamentos de Deus conforme Jesus citou?

  • Outro ponto a notar é o fato de o jovem ser apegado às riquezas. Ele valorizava muito as riquezas que possuía e, ao saber que deveria se desfazer delas, desistiu imediatamente de ter a vida eterna. Não estou afirmando que, para se ter a vida eterna, é necessário abster-se de suas riquezas; refiro-me ao que aconteceu nessa passagem. O jovem poderia ter dito a Jesus que usaria suas riquezas para ajudar os que precisam, não sendo necessariamente obrigado a se desfazer de tudo, pois, ao fazê-lo, onde moraria e como se sustentaria? Um dos princípios da Palavra de Deus é ter condições de viver e ajudar ao próximo, mas, como o jovem estava apegado às suas riquezas, fechou os olhos para tudo isso e não quis seguir a Jesus. Jesus sabia, em seu íntimo, que o jovem não queria segui-lo, mas desejava os benefícios de ser seu discípulo; entretanto, para adquirir esse benefício, é necessário renunciar às paixões e desejos do mundo. Refiro-me a colocar Deus em primeiro lugar no coração, e todas as outras coisas serão acrescentadas conforme a vontade de Deus.
  • Por último, este é o único caso em que alguém chega a Jesus e sai pior do que chegou. Em todos os outros momentos, vemos Jesus curando pessoas e melhorando a vida daqueles que se aproximam dele. Isso pode simbolizar a triste realidade de que nem todos estão dispostos a fazer as mudanças necessárias para seguir plenamente a Jesus, especialmente quando isso envolve sacrifícios pessoais significativos. Deixo aqui essa reflexão.

O perigo das riquezas

Entendimento dos versos 23 ao 26

fernando rabello

Após a partida do jovem rico, Jesus aproveitou o momento para instruir seus discípulos sobre o perigo das riquezas. Ele afirmou: “É difícil para um rico entrar no Reino dos Céus. De fato, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus.”

Esse ensinamento ressalta que quem prioriza as riquezas materiais em seu coração dificilmente colocará Deus no centro de sua vida, tornando-se um obstáculo para entrar no Reino dos Céus. Por outro lado, se Deus é o foco principal, a riqueza pode ser um meio de abençoar os outros.

Interessante notar que Jesus não afirma ser impossível para um rico entrar no Reino dos Céus; ele indica que é difícil, mas não inalcançável. Isso pode ser interpretado como um convite ou um desafio aos ricos para que repensem suas prioridades e se dediquem ao Reino dos Céus.

A referência ao “buraco da agulha” é frequentemente discutida. Alguns sugerem que se refere a uma pequena porta em uma muralha da cidade, pela qual um camelo só poderia passar se estivesse despojado de sua carga. Outros veem isso como uma hipérbole, enfatizando a dificuldade do desafio proposto. Independentemente da interpretação, o ponto principal é que a entrada no Reino dos Céus não é alcançada por esforço humano ou riqueza, mas pela renúncia ao amor ao dinheiro e pela obediência à Palavra de Deus.

¹Curiosidades:

Existem teorias quanto aos nomes em grego que se parecem mas não opostos como, kámelon (“camelo”) e kamilos (“corda grossa”, “calabre”).

Algumas imagens de Israel que contém as fendas nas rochas indicando o buraco de agulha: “Não há comprovação de que essas fendas nas paredes da cidade antiga de Jerusalém se referem ao buraco de agulha citado por Jesus”. 

Em muitos livros antigos alguns pensadores teriam sugerido a ideia da fenda ser o buraco de agulha para defender a tese dessa passagem de Jesus.

Recompensa prometida aos que ouvem e praticam a Palavra de Deus

Entendimento dos versos 27 ao 30

fernando rabello

Pedro, tendo acompanhado o ensino de Jesus sobre as riquezas e a resposta dada ao jovem rico, expressou uma dúvida sobre as recompensas daqueles que abandonam tudo para seguir as boas novas de Deus. Ele perguntou: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. Que receberemos?” Esta era uma questão comum, e a resposta de Jesus não se destinava apenas a Pedro, mas também a todos os discípulos e àqueles que aspiravam seguir Jesus.

“Um dia, todas as coisas serão renovadas”, disse Jesus. “O Filho do Homem se assentará em um trono de glória, e os doze apóstolos também se sentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E não apenas os doze, mas também quem deixou pai, mãe, filhos, amigos e terras por causa do meu nome, receberá muito mais e herdará a vida eterna. Mas lembrem-se: muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.”

A próxima parábola no próximo capítulo elucidará ainda mais o que significa renunciar a uma vida de pecados para seguir Jesus.


Notas de rodapé:

¹ Dicionário Eerdmans:

  • Página: 260 –  Câmelo.
  • Página 76 – Agulha.
    • Dicionário Vine:
      • Página: 446 –  Camelo.
      • Página: 382 –  Agulha.

www.estudandoabiblia.org

Fernando Rabello (11) 9 5489-8507

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