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Sumário
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Título | Estudo Bíblico – Evangelho de Mateus |
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Premissa | Compreender a Bíblia no contexto original judaico. |
Escrito por | Fernando Rabello – fernandorabello@estudandoabiblia.org |
Capítulo 27
Jesus é conduzido a pena de morte
Ao amanhecer, todos os chefes dos sacerdotes e anciãos do povo convocaram uma reunião para formarem um conselho contra Jesus, com o intuito de condená-lo à morte. Jesus foi amarrado e levado a Pôncio Pilatos, o governador romano atuante na Judeia naquela época.
Judas, o traidor, ao perceber que Jesus havia sido condenado pelos invejosos sacerdotes e anciãos do povo, sentiu um grande remorso. Ele foi ao pátio do Templo para devolver as moedas obtidas através da traição de Jesus, tentando apaziguar sua culpa. Em um breve momento, Judas confessou ter pecado ao entregar um homem inocente à morte. No entanto, os guardas do Templo responderam que o problema era dele e que agora ele enfrentaria as consequências. Em resposta, Judas atirou suas trinta moedas no pátio do Templo e saiu para se enforcar.
O remorso de Judas, interpretado pelo significado da palavra, indica que ele se arrependeu da traição de Jesus, mas não necessariamente mudou seu comportamento como resultado disso. Na verdade, ele seguiu o que já estava planejado, pois, em Mateus 26:14-16, é relatado que Judas procurou os principais sacerdotes e perguntou: “O que me darão se eu o entregar a vocês?”. A partir desse momento, Judas buscou uma oportunidade para trair Jesus.
Outro ponto a considerar é que Judas permitiu ser usado por Satanás. Em João 13:27, está escrito que “Satanás entrou em Judas” pouco antes de ele sair para trair Jesus. Assim, Judas não demonstrou arrependimento com a intenção de mudar sua vida. No último momento de sua existência, ele compreendeu que havia sido manipulado pelo maligno para prejudicar um homem justo.
O remorso de Judas:
O remorso sentido por Judas pode ser compreendido pelas palavras originais em grego. A palavra “remorso” é traduzida do termo grego original “μεταμέλομαι” (metamelomai). Esta palavra é usada na Bíblia para indicar um sentimento de arrependimento ou tristeza por algo que foi feito. No entanto, é importante notar que “metamelomai” tem um significado um pouco diferente de “μετανοέω” (metanoeō), que é a palavra grega mais comumente traduzida como “arrependimento” na Bíblia. “Metamelomai” indica uma mudança de mente que leva a um sentimento de tristeza ou remorso, mas não necessariamente a uma mudança de ação ou comportamento. Por outro lado, “metanoeō” indica uma mudança de mente que leva a uma mudança de ação ou comportamento. Em outras palavras, “metamelomai” é mais sobre sentir-se mal por algo que foi feito, enquanto “metanoeō” é mais sobre mudar o comportamento como resultado desse sentimento.
O plano de salvação arquitetado por Deus:
No entanto, Deus, em sua infinita misericórdia, transformou o mal em algo bom, resultando em uma grande bênção para toda a humanidade. Embora não possamos compreender a mente de Deus, sabemos que suas ações resultarão em algo bom para todos nós. Muitas vezes, não temos ou não conhecemos as respostas, mas nosso comportamento deve ser pautado pela fé e esperança. Se temos um maravilhoso Deus ao nosso lado, nada de ruim pode nos acontecer.
Após a devolução das moedas de prata por Judas aos guardas do pátio do Templo, estes decidiram não depositar o dinheiro nos cofres do Templo, pois ele havia sido obtido através do sangue inocente. Acreditando que tal dinheiro jamais deveria ser colocado no Templo, em um conselho que eles próprios deliberaram, decidiram usar o dinheiro para comprar um terreno no Vale de Hinom. Este terreno, conhecido em aramaico como “Haqeldama” ou “Akeldama”, significa “Campo de Sangue”. Com a compra deste terreno, o local foi designado para o sepultamento de estrangeiros.
Mateus relaciona esses acontecimentos às profecias de Zacarias e Jeremias. Ambos os profetas falam de um campo e da compra de um terreno, e Zacarias menciona um oleiro, o que é citado por Mateus em seu Evangelho. As citações correspondentes podem ser encontradas em Zacarias 11:12-13 e Jeremias 32:6-15; 18:2.
Jesus e Pilatos diante do povo que dizia: “Crucifica”.
O governador Pilatos interrogou Jesus, querendo saber se Ele era o rei dos judeus. Jesus respondeu que essa afirmação partia do próprio Pilatos. Enquanto isso, os anciãos e chefes dos sacerdotes observavam atentamente. Em circunstâncias normais, uma pessoa acusada se defenderia, mesmo que recorresse à mentira para escapar da morte. No entanto, Jesus permaneceu calado frente a todas as acusações, o que impressionou Pilatos, que esperava uma defesa por parte de Jesus. Pilatos também notou a inveja dos sacerdotes e anciãos, que queriam a prisão e crucificação de Jesus.
Durante a festa da Páscoa, era costume o governador soltar um prisioneiro escolhido pelo povo. Barrabás, conhecido por suas insurreições e crimes, estava entre os prisioneiros. Pilatos perguntou ao povo: “Quem vocês querem que seja solto, Jesus, o Messias, ou Barrabás, o criminoso?”. O povo escolheu Barrabás, que seria solto apesar de seus crimes, enquanto Jesus seria crucificado. A esposa de Pilatos, após ter um sonho com Jesus, alertou-o para não condenar um inocente. Contudo, influenciados pelos sacerdotes e anciãos, o povo clamava pela crucificação de Jesus. Diante da insistência popular, Pilatos lavou suas mãos em público, declarando-se inocente do sangue de Jesus. O povo respondeu: “Que o sangue de Jesus caia sobre nós e sobre nossos filhos”. Jesus, então, foi açoitado e entregue para ser crucificado.
Comentários:
- O ato de Pilatos em lavar as mãos diante do povo, é um ato simbólico de abdicação de responsabilidade ou inocência. Ao lavar as mãos, Pilatos estava tentando demonstrar que ele não tinha responsabilidade pela decisão de crucificar Jesus, uma decisão que foi forçada pela multidão. Os judeus conheciam bem esse ato de lavar as mãos, na Torá é descrita em Deuteronômio 21:6, os anciãos de uma cidade devem lavar as mãos sobre uma novilha decapitada em um ritual para declarar sua inocência no caso de um assassinato não resolvido. Essa responsabilidade foi do povo, inclusive eles falam que o sangue do justo cairá sobre eles e seus filhos.
- Barrabás, em algumas versões da Bíblia como a NTLH, descreve seu nome, como “Jesus Barrabás”. No entanto, é importante notar que nem todas as versões ou traduções da Bíblia incluem o nome “Jesus” para Barrabás. A inclusão do nome “Jesus” para Barrabás tem sido objeto de muito debate entre os estudiosos. Alguns acreditam que o nome foi originalmente incluído nos textos, mas foi posteriormente removido por alguns copistas devido à confusão ou desconforto que poderia causar. Outros acreditam que o nome “Jesus” pode ter sido adicionado por engano. De qualquer forma, a maioria das versões modernas da Bíblia não inclui o nome “Jesus” para Barrabás com exceção da NTLH.
- O ato de Jesus em se calar diante das acusações feitas pelos sacerdotes, anciãos e Pilatos, nos faz reler Isaías 53:7 e entender o motivo que o fez se calar diante dos acusadores. Até mesmo, Jesus havia se preparado para aquilo, Ele não precisaria se defender pois nada fez para ser preso, mas Ele levaria as nossas iniquidades e transgressões, por isso Ele foi maltratado, mas aguentou tudo humildemente e não disse uma só palavra, ficou calado como um cordeiro que vai ser morto.
A coroação de espinhos
Os soldados romanos levaram Jesus ao edifício do quartel-general, onde todo o batalhão se reuniu ao seu redor. Eles zombaram de Jesus, tirando suas roupas e vestindo-o com as vestes vermelhas dos soldados romanos, simbolizando a realeza. Em sua cabeça, colocaram uma coroa de espinhos, e em suas mãos, uma vara de madeira. Ajoelharam-se diante dele, zombando: “Viva o rei dos judeus”. Cuspiram em Jesus e golpearam sua cabeça com a vara. Após a zombaria, removeram as vestes de soldado e o vestiram com suas próprias roupas, levando-o para ser crucificado.
Os sacerdotes do Templo zombaram de Jesus como profeta, e agora os romanos zombaram dele como rei dos judeus. Foi uma zombaria multifacetada, mostrando a capacidade do ser humano de maltratar o próximo, mesmo alguém feito à imagem e semelhança de Deus, ou seja, o Filho de Deus. Este episódio reflete a doença da humanidade, mas também aponta para o remédio: o sacrifício de Jesus. Tudo o que estava acontecendo com Jesus tinha um propósito redentor. Nada se compara com a glória que há de vir no futuro. Assim, um justo pagou pelos erros humanos, pois, conforme está escrito: “o sangue se paga com sangue”. (Gênesis 9:4-6).
A crucificação
Enquanto Jesus e os soldados romanos saíam do edifício do quartel-general, encontraram um homem de Cirene chamado Simão. Eles o requisitaram para ajudar Jesus a carregar a cruz. Chegando a Gólgota, conhecido como o lugar da caveira, fora de Jerusalém, ofereceram a Jesus vinho misturado com fel. Esta mistura amarga era usada pelos romanos para aliviar a dor dos condenados à morte, mas Jesus provou e recusou-se a bebê-la. Após crucificá-lo, os soldados dividiram suas roupas, lançando sortes. Sentaram-se diante dele, aguardando sua morte. Acima da cabeça de Jesus, no madeiro da crucificação, estava escrito: “Este é Jesus, o Rei dos judeus”. Ao seu lado, foram crucificados dois ladrões, um à esquerda e outro à direita.
Comentários:
Tudo que está acontecendo com Jesus é um retrato do Salmos 22, inclusive, Jesus usará das mesmas palavras em Aramaico mais a frente o que este Salmo diz no início: “Eli, Eli, lema sabachthani?”.
Este mesmo Salmos, além de retratar este acontecimento com Jesus, nos reforça a esperança que contém nele:
27 Todas as nações
lembrarão de Deus, o Senhor,
todos os povos da terra
se voltarão para ele,
e todas as raças o adorarão.
28 Pois o Senhor é Rei
e governa as nações.
29 Todos os orgulhosos se curvarão
na sua presença,
e o adorarão todos os mortais,
todos os que um dia vão morrer.
30 As pessoas dos tempos futuros
o servirão
e falarão às gerações seguintes
a respeito de Deus, o Senhor.
31 Os que ainda não nasceram
ouvirão falar do que ele fez:
“Deus salvou o seu povo!”
Uma mensagem de Deus para você – Aprendizados para a vida moderna contidos no Salmos 22:
Enfrentando Sofrimento e Desespero:
- O Salmos 22 começa com um grito de angústia, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Esta expressão de dor e abandono é algo com que muitas pessoas podem se identificar em momentos de crise. A lição aqui é que é normal e humano sentir-se desesperado ou abandonado, e não há vergonha em expressar esses sentimentos.
A Importância da Fé Durante os Desafios:
- Apesar de começar com uma expressão de desespero, o salmo progride para uma lembrança da fidelidade e do socorro de Deus no passado. Isso serve como um lembrete de que, mesmo nos momentos mais difíceis, podemos olhar para trás e encontrar força nas vezes em que superamos obstáculos, seja por nossa força ou com a ajuda de outros.
Transformação da Dor em Esperança:
- O salmo termina com uma nota de esperança e confiança na redenção e na justiça divinas. Isso ensina que, mesmo nas situações mais sombrias, há espaço para esperança e que o sofrimento pode ser um precursor de tempos melhores e de crescimento pessoal.
Solidariedade com os Sofredores:
- Ao refletir sobre o sofrimento de Jesus, como descrito no Salmos 22, somos lembrados de nossa própria humanidade compartilhada e da importância de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem.
Reconhecimento da Presença Divina:
- Mesmo sentindo-se abandonado, o salmista continua a se dirigir a Deus, sugerindo que, em tempos de crise, manter uma conexão com Deus pode ser uma fonte de força e conforto.
A Força da Comunidade e do Testemunho:
- O salmo fala de contar as obras de Deus à próxima geração. Isso ressalta a importância da igreja e de compartilhar nossas histórias de desafios e superação, ajudando os outros em suas jornadas e fortalecendo os laços sociais.
Perspectiva de Longo Prazo:
- O Salmo 22 termina com uma visão de um futuro onde a justiça e a adoração a Deus são globais. Isso nos lembra de manter uma perspectiva de longo prazo em nossas vidas, reconhecendo que nossas ações e experiências podem ter efeitos que transcendem nosso tempo e espaço imediatos.
Essas palavras do Salmos 22 podem oferecer conforto, orientação e uma perspectiva mais profunda sobre como enfrentar os desafios da vida moderna, mantendo a fé e a esperança.
Jesus na cruz é zombado
Enquanto Jesus estava na cruz, as pessoas presentes zombavam dele, dizendo: “Tu que destróis o Templo e em três dias o refaz, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz!”. Entre os presentes estavam discípulos dos fariseus e escribas, que também participavam da zombaria. Eles não compreendiam que aquele sofrimento era necessário para trazer a Salvação ao mundo. Suas palavras, embora pretendessem ser um desafio para Jesus provar seu poder, na verdade, revelavam uma incompreensão profunda de sua missão. Jesus, em seu comprometimento com a humanidade, escolheu sofrer pelos pecados de todos e carregar a culpa, recusando até mesmo a bebida que os romanos ofereciam aos condenados para aliviar a dor da morte. Outros zombavam dizendo: “Se Ele se salvar, acreditaremos nele”. E alguns acrescentavam: “Confiou em Deus, que Ele o livre agora, se é que Deus se importa por Ele!”. Até os ladrões que foram crucificados ao lado de Jesus participaram da zombaria.
A morte de Jesus
Do meio-dia até às três horas da tarde, houve trevas em toda a terra. O céu escureceu e, naquele momento, Jesus exclamou em alta voz: “Eli, Eli, lema sabachthani?”, que em aramaico significa “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”. Essas palavras, também encontradas no Salmo 22, foram mal interpretadas pelos religiosos e espectadores, que pensaram que Jesus chamava por Elias. Em um gesto que poderia ser interpretado como de compaixão, deram a Jesus vinagre embebido em uma esponja. Alguns presentes sugeriram esperar para ver se Elias viria salvá-lo. Jesus, então, deu seu último suspiro e entregou seu espírito a Deus.
Imediatamente após sua morte, o véu do Templo – o que separava o Santo do Santíssimo se rasgou de cima a baixo, e a terra tremeu. Estes eventos extraordinários foram interpretados como cumprimento de profecias sobre o dia do Senhor. Os túmulos se abriram, e muitos que estavam mortos ressuscitaram, entrando na cidade santa e sendo vistos por muitos. A magnitude destes eventos fez com que os soldados presentes exclamassem em temor: “De fato, este era o Filho de Deus”. Entre os observadores estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus.
O sepultamento
À medida que anoitecia, um homem da cidade de Arimateia, chamado José, que, segundo os evangelhos, era discípulo de Jesus em segredo, pediu a Pilatos o corpo de Jesus para sepultá-lo. O corpo de Jesus foi enrolado em um pano novo e posto em um túmulo novo, cavado na rocha, que José havia preparado para Jesus. O fato de ter um túmulo novo é muito importante, pois a Lei dizia que o corpo pendurado no madeiro não poderia passar de um dia ou uma noite exposto. Ter um lençol novo indica que o corpo de Jesus não foi profanado. Na época romana, os corpos que ficavam pendurados no madeiro, em alguns casos, não eram enterrados, pois as famílias precisavam ter um túmulo e não apenas isso, mas algo novo, para que não profanassem os ossos dos justos que já estavam ali enterrados.
Mais uma vez, a citação de Isaías não pode deixar de ser mencionada: Isaías 53:9,
“Foi sepultado ao lado de criminosos,
foi enterrado com os ricos,
embora nunca tivesse cometido crime nenhum,
nem tivesse dito uma só mentira.”
A morte por crucificação era tida como um espetáculo horrível. A crucificação era uma forma de punição reservada para escravos, piratas e inimigos do estado. Era uma forma de execução pública, destinada a ser um espetáculo visível e humilhante para desencorajar outros de cometer crimes semelhantes. Quanto ao destino dos corpos após a crucificação, a prática variava. Em muitos casos, os corpos eram deixados na cruz para serem comidos por animais selvagens e pássaros de rapina, fazendo parte da humilhação e servindo também como um aviso para outros.
Depois que Jesus foi colocado dentro do túmulo, e a porta fechada, Maria Madalena e, possivelmente, Maria, mãe de Jesus, ficaram ali em frente ao túmulo. Já era noite de sexta-feira, quando começava a preparação para o Shabat, ao pôr do sol. Ao pôr do sol, já no sábado, os chefes dos sacerdotes e os fariseus, reunidos a Pilatos, mencionaram que, enquanto Jesus estava vivo, ele dizia que ressuscitaria em três dias. Os religiosos pediram a Pilatos que o sepulcro de Jesus fosse observado e protegido pelos guardas por três dias, a fim de que não houvesse trapaça por parte dos discípulos de Jesus. O que os religiosos temiam era que Jesus ressuscitasse, e então tudo aquilo que Jesus havia dito em vida se cumpriria, pondo um fim aos religiosos, pois o povo perceberia que Jesus havia sido morto injustamente.
A guarda romana foi plantada diante do túmulo de Jesus e ali permaneceu.
Notas de rodapé:
¹ – Deuteronômio 21:22-23: “Se um homem comete um pecado digno de morte e ele é executado, e você o pendura em um madeiro, seu corpo não deve permanecer toda a noite no madeiro, mas você deve enterrá-lo no mesmo dia, pois um pendurado é maldito por Deus. Você não deve contaminar sua terra que o Senhor, seu Deus, está lhe dando como herança.”
Esta passagem indica que, de acordo com a lei judaica, um homem que foi executado (por exemplo, por apedrejamento, que era o método usual de execução) poderia ser pendurado em um madeiro como uma forma de exposição pública. No entanto, a lei também estipula que o corpo deve ser enterrado no mesmo dia, porque deixar o corpo pendurado durante a noite seria uma maldição e uma contaminação para a terra.
Fernando Rabello (11) 9 5489-8507
fernandorabello@estudandoabiblia.org
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