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Sumário
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Título | Estudo Bíblico – Evangelho de Mateus |
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Premissa | Compreender a Bíblia no contexto original judaico. |
Escrito por | Fernando Rabello – fernandorabello@estudandoabiblia.org |
Capítulo 4 – A tentação no deserto
Após o batismo, Jesus foi conduzido pelo Espírito de Deus ao deserto para ser tentado pelo acusador. Durante quarenta dias e quarenta noites, Ele jejuou. Note que, ao final desses quarenta dias, Jesus sentiu fome. A fome por alimentos físicos é uma necessidade natural para nós, humanos, demonstrando assim que a natureza de Jesus é a mesma que a nossa. No entanto, a diferença reside no fato de que Ele suportou muito mais do que nós, Jesus se nutria da Palavra, da oração e da comunhão com Deus, o Pai.
Israel também percorreu desertos, mas por quarenta anos, e falhou. O acusador só tentou Jesus quando Ele sentiu fome. O acusador percebeu que esse poderia ser um ponto fraco em Jesus e fez sua investida. No entanto, Jesus estava com Deus e, diferentemente de Israel, que falhou no deserto, Jesus nos deu uma bela lição. Vejamos:
O padrão do acusador
“Se és filho de Deus, mande que essas pedras se transformem em pães.”
Perceba o paralelo que vemos em Gênesis quando a cobra simbolizada pelo mesmo adversário e acusador propõe em primeiro provocar na pessoa uma dúvida em si, colocando em questão se você é realmente quem acha que é. Em seguida, vemos o acusador instigando a pessoa a agir com esse sentimento que lhe fez causar dúvidas em si.
Esse sentimento de não pertencimento, e de não querer fazer um milagre que pudesse aliviar sua fome, misturado com a fome de quarenta dias sentida por Jesus, poderia ter desencadeado em nele ações que o inimigo buscava. Mas Jesus mostrou ao adversário de que nem só de pão vive o homem, mas o homem vive de toda a Palavra que vem do Senhor.
- Jesus citou Palavras que Moisés usou em Deuteronômio 8:3. Podemos apenas imaginar a decepção do acusador ao tentar o Filho de Deus e falhar.
- Jesus não cedeu ao seu acusador ações que poderiam ser comparadas como um duelo de poderes, mas mostrou ao acusador de que as respostas e ações que precisamos estão na Palavra de Deus. É a Palavra que nos guia em meio ao deserto, é ela que te fortalece quando se está cansado, é ela que te revigora quando não há mais energias e é nela em que temos esperanças de que tudo um dia se cumprirá.
Jesus é a Palavra viva andando no deserto, é a fonte de água que sacia a sede e dá vida em meio ao deserto.
“Se és filho de Deus, atire-se para baixo, porque está escrito: Ele dará ordem a seus anjos a teu respeito, e eles te tomarão pelas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra.”
Observe a astúcia do acusador, agora ele usa dos mesmos recursos que Jesus utilizou, ou seja, a Palavra. Mas agora o acusador utiliza essas palavras para causar no interior de um religioso uma fé vazia e sem fundamento.
- Imagine você diante de um lugar alto como em um prédio de 15 andares e ao chegar no último andar você pular sem paraquedas e sem nada amparado pela palavra que diz que Deus enviará anjos que pegarão suas mãos e o protegerão e você cairá seguro ao chão. Deus pode enviar os anjos, sim! Mas ele pediu para que você pulasse do prédio? Acredito que você ao invés de glorificar à Deus em uma situação como essa, você tentou contra sua vida buscando se matar e isso é pecado.
- A mesma coisa se dá em Jesus naquele contexto. O acusador utilizou da Palavra de Deus para motivar Jesus a tomar uma ação de pular do pináculo do Templo afirmando de que Jesus poderia fazê-lo e nada de mal causaria nele, pois ele era Filho de Deus. Qual foi a resposta de Jesus? – Não tentarás ao Senhor teu Deus. O mesmo aqui seria se nós pudéssemos tentar ou “provar” à Deus, isso seria pecado, pois estamos provocando a Deus.
“Tudo isso lhe darei, se, prostrado, me adorares.”
O acusador tentou em duas fracassadas tentativas de fazer com que Jesus falhasse em sua missão utilizando a própria Palavra de Deus, mas ainda restava uma carta na manga do acusador.
A ideia agora é tentar uma outra forma e acredito que nos dias atuais em que escrevo esse estudo seria muito sedutora para meros pecadores: a ideia de possuir poder e dinheiro nesse mundo. Mas isso seria tentador para nós pecadores, pois para Jesus foi fácil responder ao acusador. Ele respondeu: Ao Senhor teu Deus adorarás e a ele somente prestará culto.
O mundo foi criado por Ele e para Ele e com isso já não restam dúvidas de que Jesus é o Senhor de toda a terra. O problema do mundo é que as pessoas tem a mente dividida e o causador já nem preciso falar quem é se não o acusador. Os reinos que o acusador mostrou a Jesus são as pessoas que foram persuadidas pelo inimigo com a promessa de serem os maiores de todos no reino da terra. Essas promessas são falsas e tem gente que acredita. Porque tudo é de Deus e por meio de Jesus tudo foi criado. Apocalipse 12:9-12 é uma profecia que se cumprirá no seu tempo e determinará a eliminação de todo mal.
Por último, Jesus expulsou o acusador de sua presença e como diria nos tempos atuais, o acusador foi embora com uma mão na frente e a outra atrás, despido de vergonha, se é que há vergonha nele.
Os anjos agora podem auxiliar Jesus o que antes não poderia, pois somente Jesus é quem poderia se desvencilhar de toda afronta do inimigo. Isso nos serve de alerta, se há alguém que pode nos ajudar a se desvencilhar do inimigo, esse nome é Jesus. Por isso, leia a Palavra que dá vida.
Após os quarenta dias em que esteve no deserto, Jesus retorna a Galileia dos gentios deixando sua cidade natal, Nazaré. Jesus também soube da prisão de João Batista e ficou triste por isso, pois no capítulo 14 Jesus saberá da morte de João Batista e irá se retirar por algum tempo em Cafarnaum, à beira mar na região de Zebulom e Naftali.
O Mar da Galileia e o Vale do Jordao
Fonte: https://cafetorah.com/geografia-e-geologia-de-israel/a-galileia/ (Acessado 02/12/2022).
Jesus inicia a pregação do Evangelho
Qual foi a primeira palavra que Jesus pronunciou ao começar a pregar para as pessoas? “Arrependei-vos, por que está próximo o Reino dos Céus. “
Essas palavras não são ditas em vão; elas servem como um alerta e trazem vida aos necessitados. Já mencionei neste mesmo capítulo o que significa o arrependimento.
Além de pregar e levar as boas novas ao mais humildes e necessitados na Galileia, Jesus percorria por toda cidade ensinando nas sinagogas e curando toda e qualquer enfermidade além de trazer salvação as pessoas. A fama de Jesus logo se espalhou e suas Palavras chegaram a regiões distantes dali, por isso vieram muitos enfermos, endemoninhados e lunáticos em busca da cura de Jesus, e Ele os curava. Multidões o seguiam por toda a parte, multidões essas que vinham de toda parte da Síria, Jerusalém e da Transjordânia.
Porque a Galileia
Desde Isaías 9, há uma promessa com aquela região. Galileia era um lugar de pessoas simples, ao norte da região sua fronteira com a Síria era fácil o acesso a Galileia. Uma mistura de alguns pagãos com os judeus da época fazia dela motivo de chacota pelos mais religiosos . Pelos religiosos nada se esperava sair de lá algum profeta. Os religiosos tratavam os galileus com desdém devido a pronúncia errada de algumas palavras no idioma hebraico da época ¹, Isso contribuía, e muito, para colocá-los em condição de inferioridade aos olhos dos bons falantes da Judeia e de Jerusalém e isto provocava muitas injúrias e sarcasmos.
Jesus mudou o status quo da época. Se era ali na Galileia a região inferiorizada pelos religiosos, era então aquele lugar que precisava de salvação e cura.
Jesus mesmo disse: “Eu vim para os que precisam de médico”. Mt 9:12.
Notas de rodapé:
¹ https://rudecruz.com/milagres/a-galileia/ (acessado 02/12/2022).
Fernando Rabello (11) 9 5489-8507
fernandorabello@estudandoabiblia.org
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