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Sumário
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Título | Estudo Bíblico – Evangelho de Mateus |
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Premissa | Compreender a Bíblia no contexto original judaico. |
Escrito por | Fernando Rabello – fernandorabello@estudandoabiblia.org |
Capítulo 14
Herodes e Jesus
Herodes Antipas, como é chamado, tomou conhecimento dos feitos de Jesus. Ele associou esses milagres a João Batista, pensando que ele havia ressuscitado dos mortos. Pouco tempo antes, Herodes havia mandado executar João Batista, que estava preso por denunciar os pecados do rei. João, sendo profeta, tinha características semelhantes às de Elias. Por isso, Jesus menciona que Elias surge na pessoa de João Batista (Mateus 11:14). Ambos, Elias e João, denunciaram veementemente os pecados dos reis de suas respectivas épocas. Elias confrontou o rei Acabe, enquanto João desafiou o rei Herodes. Historicamente, sabemos que ¹Herodes era uma pessoa perturbada e tinha tendências paranoicas de perseguição, o que talvez explique sua suposição aos seus oficiais de que Jesus fosse João Batista ressuscitado.
A razão das acusações de João a Herodes pode ser dividida em dois pontos principais:
- A mulher de Herodes era, na verdade, sua sobrinha e filha de seu irmão.
- Ela havia se casado com Herodes enquanto seu ex-marido (o irmão de Herodes) ainda estava vivo.
Primeira multiplicação dos pães
Como o título sugere, esta passagem narra a primeira multiplicação de pães e peixes por Jesus para alimentar uma multidão numerosa. Apenas contando homens, eram cinco mil, e, ao considerarmos suas famílias, esse número aumenta significativamente. Tal feito não deveria nos surpreender, visto que a capacidade de Deus de prover é ilimitada.
O contexto nos mostra pessoas abandonando suas atividades diárias ao saber da presença de Jesus, correndo em direção a Ele. Outras, a pé, seguiram Jesus enquanto Ele viajava de barco pela costa. É importante destacar que Jesus buscava um lugar isolado para lamentar a morte de João Batista, seu primo. Porém, ao ver a multidão, Ele sentiu compaixão e começou a curar e ensinar.
O dia avançou e, preocupado com a hora e a falta de alimento, Pedro sugeriu a Jesus que dispensasse a multidão. No entanto, ao ser informado da existência de apenas cinco pães e dois peixes, Jesus realizou o milagre da multiplicação, garantindo que todos fossem alimentados. Surpreendentemente, após todos estarem saciados, sobraram doze cestos de alimento. Este número, doze, é simbólico e pode representar as doze tribos de Israel e os pães da proposição no Templo. Estes pães simbolizam a provisão divina, o sustento que Deus oferece continuamente aos Seus filhos.
Jesus caminha sobre as águas
Após a multiplicação dos pães e peixes, Jesus orienta seus discípulos a atravessarem o rio e esperarem por Ele na margem oposta. Sua intenção era se despedir da multidão e, em seguida, se recolher ao monte para um momento de oração solitária, prática comum em sua rotina.
Já na calada da noite, Ele parte ao encontro dos discípulos, realizando mais um milagre surpreendente: caminhar sobre as águas. Ao presenciar tal cena, os discípulos, assustados, ficam temerosos, mas Jesus os tranquiliza, afirmando ser Ele próprio, o Messias.
Pedro, impulsivo e destemido, pede confirmação e deseja também caminhar sobre as águas. Jesus lhe dá permissão, e inicialmente Pedro tem sucesso. Contudo, ao ser confrontado com os fortes ventos e a intensidade da tempestade, sua fé vacila e ele começa a afundar. Rapidamente, Jesus estende sua mão e o salva, repreendendo-o por sua falta de fé. Quando Jesus adentrou o barco, ao lado dos discípulos, foi então que o mar encontrou serenidade e os ventos violentos se aquietaram. Ao final do relato, uma observação chama atenção: “Os que estavam no barco prostaram-se diante de Jesus, exclamando: ‘Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!'”. Tal exclamação levanta questionamentos: Esses discípulos, testemunhas de inúmeros milagres de Jesus, estariam realmente firmes na fé?
Como, após todos os milagres presenciados, só agora reconheceriam com veemência a divindade de Jesus? Será que a sombra da dúvida, que fez Pedro afundar, também rondava os corações dos demais? O próprio texto sinaliza uma incredulidade entre os discípulos, servindo como um alerta para nós. É essencial que acreditemos no poder redentor do Messias e não permitamos que dúvidas corroam nossa fé, pois Deus é fiel e sempre cumprirá sua Palavra.
Este relato ilustra a importância da confiança inabalável em Jesus, mesmo diante das adversidades. Não é a ausência de tempestades que define nossa fé, mas sim a capacidade de manter os olhos fixos em Jesus durante elas. Assim, a história nos convida a refletir sobre a solidez de nossa fé e a lembrar que Jesus está sempre pronto a nos estender a mão nos momentos de dúvida e medo.
Curas em Genesaré
Terminada a travessia, chegaram à cidade de Genesaré. As pessoas que viram Jesus o reconheceram e espalharam a notícia de sua chegada por toda a região. A fé dessas pessoas no poder de Jesus em curá-las era tão expressiva que eles criam que, se tocassem a orla de seu manto, elas poderiam ser curadas; e assim foi o que aconteceu com estas pessoas. Não que a orla do manto de Jesus tivesse poder. Se você crê nisso, precisará reler o livro de Mateus novamente para assim compreender que o milagre está naquele em que você crê, e a fé é exercida naquilo que deseja, acreditando que é possível obter o que ainda não se vê. Então, creia em Jesus de todo seu coração e confesse em sua boca sua crença, e então será salvo.
Notas de rodapé:
¹ – Fontes históricas externas, como os escritos de Flávio Josefo, oferecem mais informações sobre a vida e o reinado de Herodes Antipas. Segundo Josefo, Herodes Antipas teve conflitos com os judeus devido a suas decisões impopulares e a construção de sua capital, Tiberíades, em um cemitério, o que a tornou impura aos olhos dos judeus. Ele também enfrentou conflitos políticos, como a rivalidade com o rei Aretas IV, o que poderia ter contribuído para uma sensação de ser “perseguido” ou ameaçado.
Fernando Rabello (11) 9 5489-8507
fernandorabello@estudandoabiblia.org
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