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Sumário
ToggleNeste estudo, vamos destacar:
- A parábola do pastor e do ladrão (João 10:1-6).
- Jesus como a porta das ovelhas.
- Jesus, o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas.
- A promessa de um só rebanho e um só pastor.
- A Festa da Dedicação e o confronto com os líderes religiosos.
Introdução
O décimo capítulo do Evangelho de João nos apresenta uma das imagens mais poderosas da missão do Messias: a figura do Bom Pastor. Jesus se revela como aquele que conhece intimamente cada uma de suas ovelhas, chama-as pelo nome, protege-as e entrega sua vida por elas. Em contraste, Ele denuncia os falsos pastores — líderes que exploram o povo e abandonam o rebanho no momento do perigo.
Neste capítulo, também vemos Jesus utilizando um argumento rabínico para responder à acusação de blasfêmia, reforçando sua unidade com o Pai. João 10 nos convida a se aprofundar sobre a verdadeira liderança espiritual, a segurança da salvação e o valor de ouvir e seguir a voz do Messias.
Tema central:
- Jesus é o Bom Pastor, o único caminho seguro para as ovelhas de Deus, que as conduz, protege e dá a vida por elas.
- Aqueles que são Dele ouvem Sua voz, seguem-No e jamais serão arrancados de Suas mãos.
Principais personagens:
- Jesus, o Messias, o Bom Pastor.
- As ovelhas, que representam os verdadeiros seguidores de Deus.
- Ladrões e salteadores, figuras dos falsos mestres e líderes religiosos.
- Os fariseus, que rejeitam a identidade de Jesus e tentam apedrejá-lo.
- O Pai, que entrega autoridade ao Filho e dá as ovelhas a Ele.
Lições principais:
- A verdadeira liderança espiritual é marcada por sacrifício, cuidado e amor pelas pessoas e não por controle ou interesse pessoal.
- Jesus é a única porta para a salvação; qualquer outro caminho é engano e destruição.
- O relacionamento entre o Pastor e suas ovelhas é íntimo: Ele as conhece pelo nome, e elas reconhecem Sua voz.
- O rebanho de Deus é um só, formado por todos os que ouvem e seguem a voz do Messias, judeus e gentios.
- A união entre o Pai e o Filho é perfeita e revela a autoridade de Jesus como o Juiz e Salvador divino.
- A rejeição do Messias por parte dos religiosos mostra que é possível estar cercado por verdades e ainda assim permanecer espiritualmente cego.
- A segurança das ovelhas está garantida: ninguém pode tirá-las das mãos de Jesus.
Principais versículos:
- João 10:7 — “Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.”
- João 10:11 — “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”
- João 10:14 — “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim.”
- João 10:16 — “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um pastor.”
- João 10:27-28 — “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão.”
- João 10:30 — “Eu e o Pai somos um.”
A Parábola do Bom Pastor (João 10:1-6)
1― Em verdade lhes digo que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3O porteiro abre‑lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. 4Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Elas, porém, nunca seguirão um estranho; na verdade, fugirão dele, porque não reconhecem a voz de estranhos. 6Jesus usou essa comparação, mas eles não compreenderam o que lhes estava falando.
Comentário:
O Bom Pastor é aquele que cuida verdadeiramente de suas ovelhas, oferecendo-lhes proteção, alimento, descanso. Ele fortalece as que estão cansadas, cura as que estão abatidas, busca as perdidas e reúne as que estão espalhadas. O Messias, Jesus, é descrito como esse Bom Pastor, a quem Deus confiou o cuidado de Suas ovelhas. As ovelhas, que representam o povo de Deus, conseguem reconhecer e ouvir a voz do Bom Pastor e, ao escutá-la, são chamadas a se unir ao rebanho, onde encontram segurança e cuidado sob sua liderança.
Em Ezequiel 34, Deus faz uma severa denúncia contra os pastores de Israel que não cumpriram seu dever de cuidar do rebanho. Esses pastores inúteis se aproveitaram das ovelhas, buscando apenas seus próprios interesses, explorando e abandonando o rebanho. Eles negligenciaram o bem-estar das ovelhas, levando-as à dispersão e ao perigo. Deus, em sua justiça, promete que Ele mesmo irá resgatar suas ovelhas, tirando-as das mãos desses falsos pastores e trazendo-as de volta à Sua presença, onde serão cuidadas e protegidas. Os fariseus que estavam presentes enquanto Jesus contava essa parábola não compreenderam que Ele estava falando diretamente sobre eles. Assim como os pastores denunciados em Ezequiel, os fariseus se comportavam como lobos em pele de pastor. Eles exploravam os mais necessitados, entrando nas casas dos pobres e, com longas orações, recebiam o pouco que essas pessoas tinham para dar. Eles estavam mais preocupados em manter suas aparências e poder do que em cuidar verdadeiramente do povo de Deus.
Um breve resumo sobre os fariseus e sua ligação com Ezequiel
Durante os 430 anos que se passaram entre Esdras e a vinda do Messias, os fariseus surgiram como um grupo religioso comprometido em combater a idolatria que havia levado Israel ao exílio. No entanto, com o tempo, esse zelo se transformou em rigidez, orgulho e controle religioso. Eles assumiram a posição de “pastores” do povo, mas acabaram por repetir os erros denunciados em Ezequiel: colocavam fardos pesados sobre os outros, mas não tocavam neles nem com um dedo.
Com a vinda do Messias, muitos desses líderes religiosos se recusaram a reconhecer que a profecia havia se cumprido diante deles. Esse endurecimento abriu espaço para que a salvação, antes centrada no povo de Israel, fosse anunciada também aos gentios. Paulo explica isso claramente em sua carta aos Romanos
Pergunto, pois: tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela transgressão deles, veio a salvação para os gentios, a fim de que eles fossem provocados ao ciúme. Ora, se a transgressão deles resultou em riqueza para o mundo, e o seu fracasso, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!
Romanos 11:11-12
O fracasso dos falsos pastores, representados pelos fariseus que rejeitaram o Messias, não frustrou os planos de Deus. Pelo contrário, revelou ainda mais a graça e a soberania divina: o Bom Pastor veio buscar não apenas as ovelhas perdidas da casa de Israel, mas também reunir num só rebanho todos os que ouvem a sua voz, judeus e gentios.
Jesus, a Porta das Ovelhas (João 10:7-10)
7Então, Jesus afirmou de novo:
― Em verdade lhes digo que eu sou a porta das ovelhas. 8Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram. 9Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará, sairá e encontrará pastagem. 10O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente.
Comentário:
Entrai pela porta estreita. Jesus se identifica não apenas como o Bom Pastor, mas também como a Porta das ovelhas. Ele é o único caminho legítimo pelo qual as ovelhas (o povo de Deus) podem entrar e encontrar segurança, sustento e vida. O ladrão, que representa aqueles que buscam explorar e destruir as ovelhas, não entra pela porta, mas tenta acessar o rebanho de maneira ilegítima, procurando enganar e prejudicar.
Quando Jesus fala sobre ser a Porta, Ele está afirmando que somente por meio dEle se pode entrar no reino de Deus e encontrar salvação. A porta estreita, mencionada em outros contextos (como em Mateus 7:13-14), simboliza o caminho difícil e estreito que leva à vida eterna, o qual é acessível apenas por meio de Jesus. Aqueles que entram por essa porta, que é Jesus, serão curados e encontrarão a verdadeira vida, tanto agora quanto na eternidade.
Jesus veio para dar vida e vida em abundância. Essa abundância não se refere apenas às bênçãos terrenas, mas à plenitude da vida eterna, que Ele oferece a todos que Nele creem. Essa vida abundante é caracterizada pela esperança da vinda do reino de Deus, onde a comunhão com o Messias será plena e eterna. Até que esse dia chegue, Jesus promete estar presente com Suas ovelhas, guiando-as e protegendo-as. Como Ele declara em Mateus 28:20, “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Isso nos assegura que, mesmo em meio às dificuldades e desafios deste mundo, Jesus permanece fiel, presente e comprometido em cuidar de seu rebanho.
Jesus, o Bom Pastor (João 10:11-18)
11― Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. 12O assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo se aproxima, abandona as ovelhas e foge. Então, o lobo ataca as ovelhas e as dispersa. 13Ele foge porque é assalariado e não se importa com as ovelhas.
14― Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu o conheço, e dou a minha vida pelas ovelhas. 16Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. 17Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá‑la. 18Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por espontânea vontade. Tenho autoridade para dá‑la e para retomá‑la. Esta ordem recebi do meu Pai.
Comentário:
Jesus se apresenta como o Bom Pastor, uma figura profundamente enraizada nas Escrituras, que retrata um líder dedicado e justo, comprometido com a vida e salvação de suas ovelhas. Este conceito não é novo; antes da vinda do Messias, Deus prometeu ao Seu povo, por meio de diversos profetas, um líder com essas características, um pastor que cuidaria de suas ovelhas com zelo e amor. Em Ezequiel 34:11, Deus, por meio do profeta, declara que Ele mesmo buscará as ovelhas perdidas, independentemente de onde estejam, seja dentro ou fora de Israel. Jesus cumpre essa promessa divina, representando o Pai em sua missão de reunir as ovelhas dispersas e trazê-las para o Reino dos Céus. Diferente dos líderes religiosos da época, que Jesus compara a mercenários, Ele está disposto a dar a própria vida por suas ovelhas. O mercenário, por outro lado, cuida das ovelhas apenas por interesse próprio e, quando o perigo se aproxima, foge, deixando-as desprotegidas.
Um só rebanho, um só Pastor. Jesus, como o Bom Pastor, conhece profundamente cada uma de suas ovelhas. Ele as chama pelo nome, demonstrando um relacionamento íntimo e pessoal com elas. Suas ovelhas, por sua vez, reconhecem a voz do Pastor e o seguem. Essa relação de confiança e segurança resultará em um grande propósito: reunir todas as ovelhas em um só rebanho, sob a liderança de um único Pastor, que é Jesus, o Messias.
O dia da Salvação: Assim como Jesus pagou um alto preço para resgatar as ovelhas da morte, Deus deu ao Filho o poder de dar e retirar a vida. Jesus declara que ninguém pode tirar de suas mãos a vida de suas ovelhas, pois Ele as protege e cuida delas com a autoridade que recebeu do Pai. Esse poder sobre a vida e a morte foi um mandamento que Deus deu ao Filho, capacitando-o a conceder livremente a vida eterna a todos aqueles que vêm a Ele em fé. Jesus, em sua perfeita obediência ao Pai, exerce essa autoridade para garantir a salvação daqueles que o seguem, assegurando que a vida eterna que Ele oferece não pode ser retirada por ninguém.
Divisão entre os Judeus (João 10:19-21)
19Por causa dessas palavras, os judeus ficaram outra vez divididos. 20Muitos deles diziam:
― Ele está endemoniado e enlouqueceu. Por que ouvi‑lo?
21Outros, porém, diziam:
― Essas palavras não são de um endemoniado. Pode um demônio abrir os olhos dos cegos?
Comentário:
Apesar das poderosas palavras e obras de Jesus, muitos judeus ainda duvidavam do poder de Deus que atuava por meio dEle. Em vez de reconhecerem a verdade e a autoridade divina de Jesus, alguns preferiram acusá-lo de estar falando e agindo sob a influência de satanás. Essa acusação grave representa uma rejeição consciente da obra do Espírito Santo de Deus, o que Jesus anteriormente advertiu como sendo uma blasfêmia contra o Espírito Santo, um pecado imperdoável (Mateus 12:31). Essa divisão revela a dureza do coração de muitos que, apesar de verem as evidências do poder de Deus em Jesus, escolhem rejeitá-lo. Por outro lado, havia também aqueles que, ao ouvirem as palavras de Jesus, reconheciam a voz do verdadeiro Pastor.
A Festa da Dedicação e o Questionamento dos Judeus (João 10:22-30)
22Celebrava‑se em Jerusalém a Festa da Dedicação. Era inverno, 23e Jesus caminhava no templo, no Pórtico de Salomão. 24Os judeus reuniram‑se ao redor dele e perguntaram:
― Até quando nos deixará em suspense? Se é você o Cristo, diga‑nos abertamente.
25Jesus respondeu:
― Eu já disse, mas vocês não creem. As obras que eu realizo em nome do meu Pai testemunham sobre mim, 26mas vocês não creem, porque não são minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. 29O meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão do meu Pai. 30Eu e o Pai somos um.
Comentário:
A Festa da Dedicação, também conhecida como Hanukkah, é uma celebração judaica que não está diretamente instituída nas Escrituras, mas que tem suas raízes em eventos históricos e bíblicos para o povo de Israel. A festa comemora a dedicação do Templo em Jerusalém após sua profanação pelos selêucidas durante o período dos Macabeus, por volta do ano 165 a.C. Este evento ocorreu durante o período de silêncio ou “período intertestamentário”, ou seja, entre o final do Antigo Testamento (os profetas como Oséias e Malaquias) e o início do Novo Testamento (os Evangelhos de Mateus e Marcos). Foi justamente durante essa festa, enquanto caminhava pelo pórtico de Salomão no Templo, que Jesus fez uma das declarações mais diretas sobre sua identidade.
Quando questionado pelos judeus sobre se Ele era ou não o Messias, Jesus respondeu afirmando que já havia mostrado Sua identidade através das obras que realizava em Nome do Pai. Apesar disso, muitos judeus não reconheceram Jesus como o Messias prometido. Esta rejeição reflete uma cegueira espiritual, onde, apesar das evidências e dos sinais, muitos não conseguiram ver a verdade de quem Jesus era.
A religião pode te distanciar de Deus: Os que não criam em Jesus como o Messias eram, em grande parte, os líderes religiosos da época. Esses indivíduos estavam tão apegados às suas tradições e interpretações que eram incapazes de ver além das suas próprias crenças e preconceitos. Essa cegueira espiritual os impediu de compreender e aceitar os eventos fora do comum que estavam acontecendo ao seu redor, mesmo quando o próprio Messias estava diante deles. Jesus enfatiza que aqueles que pertencem a Ele, as “ovelhas” dadas pelo Pai, ouvem a Sua voz e o seguem. Essas ovelhas estão seguras nas mãos de Jesus, e ninguém pode tirá-las dEle.
Tentativa de Apedrejamento (João 10:31-39)
31Os judeus mais uma vez pegaram pedras para apedrejá‑lo, 32mas Jesus lhes disse:
― Eu mostrei muitas boas obras da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar?
33Os judeus responderam:
― Não queremos apedrejar você por nenhuma boa obra, mas por blasfêmia, pois você, embora seja homem, se apresenta como se fosse Deus.
34Jesus lhes respondeu:
― Não está escrito na lei de vocês: “Eu disse: ‘Vocês são deuses’ ”? 35Se ele chamou “deuses” àqueles a quem veio a palavra de Deus — e a Escritura não pode ser anulada —, 36que dizer a respeito daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo? Então, por que vocês me acusam de blasfêmia por eu ter dito: “Sou Filho de Deus”? 37Se eu não realizo as obras do meu Pai, não creiam em mim. 38Contudo, se as realizo, mesmo que não creiam em mim, creiam nas obras, para que possam saber e entender que o Pai está em mim e que eu estou no Pai.
39Outra vez tentaram prendê‑lo, mas ele se livrou das mãos deles.
Comentário:
Jesus, ao declarar que “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), estava afirmando sua unidade com Deus, o Pai. Isso não se tratava apenas de um propósito, mas de uma união profunda e verdadeira com Deus. Jesus argumenta que as obras que Ele realiza, as quais são claramente feitas em nome do Pai, demonstram essa relação. Ele convida seus ouvintes a acreditarem nas obras, mesmo que tenham dificuldade em aceitar Suas palavras, para que possam ser levados ao arrependimento e à fé no Messias. Por meio dessas obras, Jesus revelava a vontade de Deus e oferecia provas concretas de que Ele era o Enviado de Deus, chamado a realizar o plano divino de salvação.
O Juiz de Deus em favor dos escolhidos: A afirmação de Jesus de que Ele e o Pai são um provocou uma reação intensa entre os líderes religiosos, que imediatamente tentaram apedrejá-lo por blasfêmia, entendendo Suas palavras como sendo Jesus o próprio Deus. Para defender-se, Jesus cita o Salmo 82:6, onde Deus diz: “Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.”
Jesus utiliza aqui o método de argumento qal vachomer, o mesmo que Ele já havia aplicado em João 7:23. A lógica é simples: se as Escrituras chamaram de “deuses” (elohim) homens que agiam como juízes e representantes da autoridade de Deus, quanto mais Jesus, que foi santificado e enviado ao mundo pelo próprio Pai, pode ser chamado de Filho de Deus?
No contexto de Êxodo 21:6 e Salmo 82, o termo elohim é usado para juízes humanos, revelando que eles agiam em nome de Deus ao exercer julgamento justo. Jesus, no entanto, não é apenas um representante, Ele é o Juiz supremo, o Filho de Deus, um com o Pai em essência e missão redentora.
Assim, os líderes religiosos não tinham base legítima para acusá-lo de blasfêmia. Pelo contrário: Jesus revelava-se como o legítimo cumprimento das Escrituras, o Filho que veio não para condenar, mas para salvar. Suas obras testificavam dEle, e Sua unidade com o Pai confirmava que Ele é o Juiz divino que age em favor dos escolhidos, oferecendo vida e justiça eternas. Portanto, a verdadeira blasfêmia não é reconhecer Jesus como Filho de Deus, mas rejeitá-lo diante das provas que o próprio Pai nos dá.
Jesus Além do Jordão (João 10:40-42)
40Então, Jesus atravessou novamente o Jordão e foi para o lugar onde João batizava nos primeiros dias do seu ministério. Ali ficou, 41e muita gente foi até onde ele estava, dizendo:
― Embora João nunca tenha realizado um sinal milagroso, tudo o que ele disse a respeito deste homem era verdade.
42Então, muitos ali creram em Jesus.
Comentários:
Após os intensos confrontos no Templo em Jerusalém, que resultaram com a tentativa de apedrejamento, Jesus se retira para o outro lado do rio Jordão, na região onde João Batista havia realizado seu ministério de batismo. Este foi um momento de pausa e descanso para Jesus, longe das pressões e do conflito com os líderes religiosos. Essa área era significativa, pois foi onde João Batista tinha pregado e proclamado a vinda do Messias, e muitos que agora seguiam Jesus lembravam-se dessas palavras.
Muitos que vinham até Jesus naquele lugar começaram a perceber que Ele realmente cumpria tudo o que João havia profetizado sobre o Messias. Embora João Batista não tenha realizado milagres, suas palavras e o testemunho sobre Jesus agora se concretizavam, fortalecendo a fé de muitos. O resultado foi que “muitos creram nele ali” (João 10:42), reconhecendo em Jesus as características do Messias prometido. Este momento simboliza uma aceitação mais tranquila e crescente de Jesus como o Enviado de Deus, longe das hostilidades de Jerusalém. Jesus, durante esse período, reforça sua missão e propósito ao estar entre os que creem, preparando o caminho para os eventos que ocorreriam posteriormente.
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