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Sumário
ToggleNeste estudo, vamos destacar:
- O significado de algumas palavras no contexto original.
- A relação de João com os outros evangelhos.
- O impacto da mensagem de João na teologia cristã.
- Como essa mensagem se aplica à nossa vida hoje.
Introdução
O quarto capítulo do Evangelho de João destaca a visita de Jesus à Samaria, onde Ele leva salvação a um povo historicamente rejeitado pelos judeus, cumprindo a profecia de Oseias. Neste capítulo, vemos a fé sendo despertada e transformando vidas, desde a mulher samaritana até a cura do filho do oficial romano. Além disso, o testemunho do Messias se espalha, revelando Seu propósito de alcançar todos os que creem, independentemente de sua origem.
Tema central:
- A salvação no Messias ultrapassa barreiras e alcança aqueles considerados distantes, como os samaritanos e os gentios. A recompensa da fé gera fé, onde traz milagres e se torna o testemunho vivo que causa transformação.
Principais personagens:
- Jesus;
- A mulher samaritana;
- Os samaritanos;
- Os discípulos;
- A fé do oficial romano;
- A cura do filho do oficial romano.
Lições principais:
- A salvação vem por meio da fé, e fé em Jesus.
- A mudança de vida ocorre quando recebemos o Espírito de Deus e começamos a agir conforme as Escrituras bíblicas nos ensinam, pois a água do batismo representa o início de uma longa transformação, como ocorreu com a samaritana.
- A fé é exercida e não um mero pensamento positivo da causa e efeito. A fé requer convicção e alinhamento com a Palavra de Deus, pois o que pedimos, se pedimos, deve estar de acordo com a Palavra.
Principais versículos:
- 4:10 ― Se você conhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe daria água viva.
- 4:14 ― mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede…
- 4:21 ― Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte nem em Jerusalém.
- 4:26 ― Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você.
- 4:34 ― A minha comida — disse Jesus — é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra.
- 4:42 ― Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo.
- 4:50 ― Pode ir. O seu filho continuará vivo. O homem confiou na palavra de Jesus e partiu.
- 4:53 Então, o pai constatou que aquela fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “O seu filho continuará vivo”. Assim, ele e todos os da sua casa creram.
Saída de Judeia para Galileia (João 4:1-3)
1Quando Jesus ficou sabendo que os fariseus ouviram falar que ele estava fazendo e batizando mais discípulos do que João — 2embora não fosse Jesus quem batizasse, mas os seus discípulos —, 3saiu da Judeia e voltou novamente para a Galileia.
Comentário:
Naquele momento, a popularidade de Jesus estava crescendo, e isso começou a chamar a atenção dos fariseus. Eles já estavam incomodados com o ministério de João Batista, e agora viam que Jesus estava atraindo ainda mais seguidores. Evitar confrontos diretos com os fariseus religiosos foi a estratégia utilizada por Jesus. Ainda não era a hora de se expor em conflitos diretos, por mais que isso seria inevitável mais a frente, mas Jesus preferiu continuar seu ministério sem interrupções desnecessárias. Indo para a Galileia, Ele podia focar em ensinar, curar e preparar Seus discípulos para a continuação do trabalho. A Galileia era uma região menos central e menos controlada pelas autoridades religiosas de Jerusalém, permitindo a Jesus ministrar mais livremente.
Em várias ocasiões, Jesus demonstrou ter um senso de tempo divino em Sua missão. Ele sabia que Seu tempo para enfrentar os líderes religiosos de Jerusalém ainda não havia chegado. Retirar-se para a Galileia era uma maneira de evitar uma escalada desnecessária de tensões e permitir que Seu ministério se desenvolvesse de acordo com o plano de Deus.
Encontro no Poço de Jacó (João 4:4-9)
4No entanto, era necessário que ele passasse por Samaria. 5Assim, chegou a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, perto das terras que Jacó tinha dado a seu filho José. 6Havia ali o poço de Jacó. Cansado da viagem, Jesus sentou‑se à beira do poço. Isto se deu por volta do meio-dia.
7Nisso veio uma mulher samaritana tirar água. Jesus lhe disse:
― Dê‑me um pouco de água.
8Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.
9A mulher samaritana lhe perguntou:
― Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?
Ela perguntou isso porque os judeus não se dão bem com os samaritanos.
Comentário:
Samaria era habitada por povos (Assírios) que conquistaram as 10 tribos de Israel no tempo dos Reis (2º Reis 17:24). Naquela região, havia muita idolatria e práticas pagãs. Durante a reconstrução do 2º Templo em 510 a.C., os samaritanos tentaram impedir a obra, o que aprofundou a hostilidade entre judeus e samaritanos. Por isso, a mulher samaritana ficou espantada quando Jesus, um judeu, pediu-lhe água para beber.
A inimizade ente judeus e samaritanos é tão antiga quanto o retorno das tribos do sul do exílio babilônico nos séculos 6 e 5 a.C., e tem suas raízes na divisão de Israel entre os reinos do Norte e do Sul, após a morte de Salomão (931 a.C.) – veja 1° Reis 11 e 12. A divisão entre as tribos era notável, o Reino do do Sul (judeus) adorava em Jerusalém, já a o Reino do Norte (Samaria), no monte Gerizim.
Contexto histórico:
A Assíria conquistou o Reino do Norte de Israel em 722 a.C., e deportou o seu povo, que pertencia às 10 tribos do Norte, substituindo sua população por pagãos, os quais se misturaram por meio de casamentos. A descendência do povo do Norte deu origem aos Samaritanos. A história de Samaria pode ser contada por meio da leitura da Bíblia: 1°Reis 16:21-34.
As práticas religiosas dos samaritanos estava enraizada nos primeiros cinco livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Estes livros são conhecidos popularmente por: Torá e Pentateuco. torá pelos judeus e pentateuco pelos gregos.
A salvação vem dos judeus:
O plano para salvar os samaritanos estava sendo revelado e começou simbolicamente pela água, que representa o Espírito Santo, o qual purifica e dá vida. O encontro de Jesus com a mulher no poço de Jacó marcou o início dessa transformação espiritual.
Água Viva (João 4:10-14)
10Jesus lhe respondeu:
― Se você conhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe daria água viva.
11A mulher disse:
― O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva? 12Acaso o senhor é maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, bem como os seus filhos e o seu gado?
13Jesus respondeu:
― Quem beber desta água terá sede outra vez, 14mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.
Comentário:
Há um provérbio de Salomão que diz: “A palavra no coração do homem é como águas profundas; a sabedoria jorra como uma fonte de vida.” Assim, a água que Jesus oferece simboliza Sua palavra e ensinamento, que são cheios de sabedoria divina e poder de transformar vidas. A palavra “água viva” em hebraico “mayim chayyim” – literalmente significa “água corrente de uma fonte ou de um córrego”, em contraste com água estocada numa cisterna. (Comentário de David Stern.)
Se recebermos a Palavra de Deus, ela tem o poder de transformar nossa vida e tudo ao nosso redor. Jesus ensinou à mulher samaritana que a água que Ele oferece elimina a sede espiritual, aquela busca constante da humanidade para preencher os vazios da alma. Ao aceitar a água viva de Jesus, encontramos a paz perfeita e a satisfação que o mundo não pode oferecer.
Revelação sobre a vida da mulher (João 4:15-26)
15A mulher lhe disse:
― Senhor, dê‑me dessa água, para que eu nunca mais tenha sede nem precise voltar aqui para tirar água.
16Ele lhe disse:
― Vá, chame o seu marido e volte.
17― Não tenho marido — respondeu.
Jesus lhe disse:
― Você falou corretamente ao dizer que não tem marido. 18O fato é que você já teve cinco, e o homem com quem agora vive não é seu marido. O que acabou de dizer é verdade.
19A mulher disse:
― Senhor, vejo que é profeta. 20Os nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
21Jesus declarou:
― Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte nem em Jerusalém. 22Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. 23No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Estes são os adoradores que o Pai procura. 24Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
25A mulher disse:
― Eu sei que o Messias vem, e que é chamado Cristo. Quando vier, ele nos explicará tudo.
26Então, Jesus declarou:
― Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você.
Comentário:
Jesus revela à mulher samaritana que ela já teve cinco maridos e que o homem com quem vivia não era seu esposo. Embora a leitura literal sugira um histórico pessoal da samaritana, um olhar mais profundo, à luz da história de Samaria, aponta para um simbolismo espiritual: os “maridos” representam os deuses estrangeiros introduzidos pelos assírios após a conquista do Reino do Norte (2 Reis 17:24-41).
Os samaritanos eram um povo híbrido, tanto em etnia quanto em religião. Após a deportação dos israelitas, os assírios trouxeram povos estrangeiros para Samaria, e junto com eles, seus deuses e costumes pagãos. Esses povos tentaram mesclar a adoração ao Deus de Israel com suas próprias crenças, criando um sincretismo religioso que acabou se tornando a norma cultural em Samaria.
Como práticas pagãs se tornam aceitáveis:
Ao longo da história, vemos como práticas pagãs, biblicamente repudiadas, se tornam aceitas e até normalizadas. O exemplo dos samaritanos ilustra esse processo em três etapas:
- Os assírios impuseram sua cultura e seus deuses em Samaria, trazendo ídolos estrangeiros para a terra de Israel. Isso criou um ambiente onde a adoração a Deus passou a conviver com outras religiões.
- Com o tempo, os samaritanos passaram a adorar a Deus e aos deuses estrangeiros simultaneamente. Esse sincretismo religioso trouxe novos significados para o vocabulário popular e práticas, como o uso de “Baal” para “marido” (Oseias 2:16). O que antes era inaceitável (a idolatria) passou a ser algo comum, sem resistência da população.
- Com o tempo, de geração em geração, a idolatria já não era vista como algo estranho, mas como parte da cultura samaritana. Conceitos pagãos se tornaram integrados ao cotidiano, e as práticas antes condenadas por Deus se tornaram tradições aceitas.
Entendendo o conceito de “Baal” por trás das palavras:
A relação entre “Baal” e “marido” é um grande exemplo de como conceitos pagãos foram absorvidos. O nome “Baal” originalmente significava “senhor” ou “dono”, mas se tornou sinônimo de “marido” em Israel e Samaria. Oseias 2:16 profetiza que o povo de Deus deixaria de chamar Deus de “Baal” (meu senhor) e passaria a chamá-lo de “Ishi” (meu marido), demonstrando o pecado enraizado da idolatria no pensamento religioso. Inclusive, O mesmo Oseias profetiza a conversão de Samaria neste mesmo capítulo. Quando a mulher samaritana menciona seus maridos, e Jesus expõe que ela já teve cinco, Ele está revelando não apenas sua história pessoal, mas o estado espiritual de Samaria: um povo que se prostituiu espiritualmente com deuses estrangeiros.
Exemplos do passado que nos ajudam a mudar o presente e o futuro:
A aceitação gradual do pecado é um câncer, ele começa pequeno e aos poucos corrompe tudo o que há pela frente, e isso não é um conto sobre a história dos samaritanos. Esse mesmo processo ocorre ao longo da história e somos testemunhas vivas disto. Vejamos alguns aspectos:
- Práticas e crenças que eram consideradas erradas passam a ser toleradas. Pois o pensamento popular diz: “se meu vizinho faz e não dá nada para ele, eu posso fazer também”.
- Práticas antibíblicas, com o tempo, são reembaladas com novos significados e justificadas culturalmente.
- Após algumas gerações, aquilo que era condenável se torna normal, e quem se opõe é visto como antiquado ou intolerante. Essa redefinição do certo e errado com base na opinião pública, em vez de princípios bíblicos atrasam o crescimento do povo de Deus.
Jesus, ao confrontar a mulher samaritana, não apenas expôs sua condição pessoal, mas apontou para a necessidade de adoração genuína, “em espírito e em verdade” (João 4:24). Ele chamou não apenas ela, mas toda Samaria, de volta à verdadeira aliança com Deus.
Impacto na cidade (João 4:27-42)
27Naquele momento, os seus discípulos voltaram e ficaram surpresos ao encontrá‑lo conversando com uma mulher. Ninguém, porém, perguntou: “O que pretendes?” ou: “Por que estás conversando com ela?”.
28Então, deixando o seu cântaro, a mulher voltou à cidade e disse ao povo:
29― Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que ele não é o Messias?
30Então, saíram da cidade e foram até onde ele estava.
31Enquanto isso, os discípulos insistiam com ele:
― Rabi, come alguma coisa.
32Ele, porém, lhes disse:
― Tenho algo para comer que vocês não conhecem.
33Então, os seus discípulos disseram uns aos outros:
― Será que alguém lhe trouxe comida?
34― A minha comida — disse Jesus — é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra. 35Vocês não dizem: “Só daqui a quatro meses haverá a colheita”? Eu digo a vocês que abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita. 36Aquele que colhe já recebe o seu salário e ajunta fruto para a vida eterna, de forma que se alegram juntos o que semeia e o que colhe. 37Assim, é verdadeiro o ditado: “Um semeia, e outro colhe”. 38Eu os enviei para colher o que vocês não cultivaram. Outros realizaram o trabalho árduo, e vocês vieram usufruir do trabalho deles.
39Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do seguinte testemunho dado pela mulher: “Ele me disse tudo o que tenho feito”. 40Assim, quando se aproximaram dele, os samaritanos insistiram em que ficasse com eles. Ele ficou dois dias, 41e muitos creram nele por causa da sua mensagem.
42Então, disseram à mulher:
― Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo.
Comentário:
O que está acontecendo neste momento por meio da conversa entre Jesus e a mulher samaritana foi descrito pelo profeta Oséias. A salvação chegou aquela cidade e aquela mulher samaritana espalhou a notícia a todos os moradores sobre o Messias. Em consequência do ato da mulher samaritana em promover o Evangelho, muitos creram na Palavra do Senhor e davam testemunho.
A samaritana não guardou para si a Palavra e a revelação dada por Jesus, aquela mulher correu, desesperadamente, pela cidade, para anunciar as boas novas. A profecia de Oseias se cumpriu e a salvação chegou àqueles que estavam em escuridão. Perceba que os discípulos estavam preocupados com o que comer ou beber, e Jesus estava preocupado com a salvação daquele povo, pois Ele disse: ― A minha comida — disse Jesus — é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra.
Não desvie o foco da missão que recebemos: levar às boas-novas aos que estão na escuridão. Nenhuma árvore dá frutos para si mesmo.
Cura do Filho de um Oficial (João 4:43-54)
43Depois daqueles dois dias, ele partiu rumo à Galileia, 44pois o próprio Jesus tinha afirmado que nenhum profeta tem honra na sua própria terra. 45Então, quando Jesus chegou à Galileia, os galileus o receberam, porque tinham visto tudo o que ele fizera em Jerusalém durante a Festa da Páscoa, pois também haviam estado lá.
46Mais uma vez, ele visitou Caná da Galileia, onde tinha transformado água em vinho. Havia ali um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. 47Quando ouviu falar que Jesus tinha vindo da Judeia e chegado à Galileia, procurou‑o e pediu‑lhe que fosse curar o seu filho, que estava à beira da morte.
48Jesus lhe disse:
― Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão.
49O oficial do rei disse:
― Senhor, vem, antes que o meu filho morra!
50Jesus respondeu:
― Pode ir. O seu filho continuará vivo.
O homem confiou na palavra de Jesus e partiu. 51Estando ele ainda a caminho, os seus servos vieram ao seu encontro com notícias de que o menino estava vivo. 52Quando perguntou a que horas o filho tinha melhorado, eles lhe disseram:
― A febre o deixou ontem, à uma hora da tarde.
53Então, o pai constatou que aquela fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “O seu filho continuará vivo”. Assim, ele e todos os da sua casa creram.
54Este foi o segundo sinal milagroso que Jesus realizou depois que veio da Judeia para a Galileia.
Comentário:
O filho do oficial romano foi curado por meio da fé. Foi o próprio pai do menino que intercedeu por ele, fazendo um pedido desesperado a Jesus para que salvasse a vida de seu filho. A confiança desse pai na palavra de Jesus foi o que trouxe a cura. Aquela fé que curou o menino foi capaz de irradiar toda a sua casa, sendo que sua família creu em Jesus.
Comparação com Lucas 7:1-10:
Comparativamente, lemos uma história parecida em Lucas 7:1-10, onde outro oficial romano também buscou a cura para um servo doente. Há, no entanto, uma diferença marcante: enquanto o oficial de João 4 pediu a Jesus que fosse até seu filho, o centurião de Lucas demonstrou uma fé ainda maior, acreditando que bastava uma palavra de Jesus para que a cura acontecesse, sem a necessidade de Sua presença física.
Essa comparação nos ensina que a fé pode se manifestar de diferentes formas, mas o princípio é o mesmo: confiar plenamente em Jesus e em sua autoridade. Ambos os casos ilustram a diferença entre uma fé que precisa ver para crer e uma fé que crê antes mesmo de ver. A verdadeira fé não se apoia apenas em sinais e evidências visíveis ou palpáveis, mas na certeza de que Deus tem poder para agir independentemente das circunstâncias.
A mesma fé, exercida na ordem certa – eu creio, confio e espero – pode ser o divisor de águas entre aqueles que simplesmente desejam ser curados e aqueles que, em meio às tempestades, depositam sua confiança no Deus do impossível.
Pedido do oficial (João 4:46-49)
46Mais uma vez, ele visitou Caná da Galileia, onde tinha transformado água em vinho. Havia ali um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. 47Quando ouviu falar que Jesus tinha vindo da Judeia e chegado à Galileia, procurou‑o e pediu‑lhe que fosse curar o seu filho, que estava à beira da morte.
48Jesus lhe disse:
― Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão.
49O oficial do rei disse:
― Senhor, vem, antes que o meu filho morra!
Comentário:
O oficial, ao ouvir sobre Jesus, veio até Ele com um coração cheio de desespero e esperança. Ele pediu que Jesus descesse até sua casa para curar seu filho, que estava à beira da morte. A insistência do oficial e sua confiança na capacidade de Jesus mostram a profundidade de sua fé, mesmo antes de ver o milagre acontecer.
Cura à distância (João 4:50-54)
50Jesus respondeu:
― Pode ir. O seu filho continuará vivo.
O homem confiou na palavra de Jesus e partiu. 51Estando ele ainda a caminho, os seus servos vieram ao seu encontro com notícias de que o menino estava vivo. 52Quando perguntou a que horas o filho tinha melhorado, eles lhe disseram:
― A febre o deixou ontem, à uma hora da tarde.
53Então, o pai constatou que aquela fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “O seu filho continuará vivo”. Assim, ele e todos os da sua casa creram.
54Este foi o segundo sinal milagroso que Jesus realizou depois que veio da Judeia para a Galileia.
Comentário:
Não há limites ou barreiras para a fé. Ela pode ser exercida em qualquer lugar e a qualquer momento. Jesus curou o menino à distância, mostrando que a fé pode ser exercida em qualquer lugar e a qualquer momento. Este milagre destaca que a presença física não é necessária para que o poder de Deus opere; a fé transcende a distância e as circunstâncias.
Abençoe uma vida, compartilhe essa palavra.
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