Mateus Capítulo 24 - Estudo Bíblico - Estudando a Bíblia - Ide e Pregai as Boas Novas
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Objetivos do estudo

TítuloEstudo Bíblico – Evangelho de Mateus
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PremissaCompreender a Bíblia no contexto original judaico.
Escrito porFernando Rabello – fernandorabello@estudandoabiblia.org
Todos os direitos reservados – Estudando a Bíblia – ORG

Capitulo 24

Discurso escatológico de Jesus

Entendimento dos versos 1 ao 14.

Fernando rabello

Jesus e seus discípulos deixaram o Templo em Jerusalém, onde haviam exortado fariseus e escribas. À medida que se distanciavam, os discípulos observaram as imponentes construções do Templo. Foi então que Jesus lhes disse: “Vejam tudo isso? Em verdade vos digo: não ficará aqui pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. A profecia de Jesus sobre a destruição do Templo e de Jerusalém se cumpriu no ano 70 d.C., após sua morte. Curiosamente, as palavras de Jesus sobre a destruição do Templo foram usadas para incriminá-lo.

No Monte das Oliveiras, os discípulos procuraram saber mais sobre as previsões de Jesus, incluindo os sinais de sua vinda e o fim da era. Jesus alertou: “Cuidado para que não sejam enganados. Muitos virão em meu nome, alegando ser o Messias, e enganarão a muitos. Fiquem atentos aos rumores de guerras, mas não se perturbem, pois estas são necessárias e não marcam o fim. Nações e reinos entrarão em conflito; haverá fome e terremotos por toda parte. Estes são apenas o início das dores. Vocês, meus discípulos, enfrentarão tribulações e mortes, e serão odiados por causa do meu nome. Haverá grande apostasia, traições, e guerras civis. Falsos profetas surgirão em grande número, enganando muitos. O amor de muitos esfriará devido ao aumento da iniquidade. Contudo, os que perseverarem até o fim serão salvos. O Evangelho do Reino será proclamado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações. Então virá o fim.”

Observações:

Tudo o que Jesus descreveu ocorreu após sua morte e ressurreição. Optei por detalhar os eventos, mantendo a fidelidade às palavras da Bíblia, para realçar os acontecimentos em vez de parafrasear cada versículo. Muitos falsos Messias surgiram, antes e depois da destruição do Templo, até que os romanos impuseram leis severas contra aqueles que incitavam revoltas. Muitos cristãos foram perseguidos e mortos em nome de Jesus, sobretudo durante o governo de Nero. Até o ano 354 d.C., o cristianismo era ilegal no Império Romano. Terremotos, guerras, traições, e o surgimento de falsos profetas marcaram essa era, culminando no esfriamento do amor de muitos. O Evangelho do Reino se espalhou por todo o mundo conhecido na época, que era essencialmente o Império Romano, e continua a se propagar. Chegará um tempo em que a terra será renovada, e os salvos desfrutarão da paz e da presença do Messias.

Entendimento dos versos 15 ao 25.

Fernando rabello

A grande tribulação de Jerusalém

Na continuação de seu discurso, Jesus focou sua profecia em Jerusalém. Ele alertou que a cidade enfrentaria a abominação da desolação, prevista pelo profeta Daniel (Dn 9:27). Conforme Jesus explicou, Jerusalém seria sitiada pelos romanos, os pagãos mencionados por Daniel, e o lugar santo seria profanado até a conclusão dos tempos dos gentios (Lc 21:20-24).

Jesus aconselhou que, diante desse cenário, as pessoas deveriam fugir para as montanhas e evitar retornar às suas casas para buscar pertences. Ele mostrou especial preocupação com as mulheres grávidas e lactantes, orientando-as a se prepararem para não enfrentarem essa tribulação nessa condição. Jesus também instruiu a todos que orassem para que sua fuga não coincidisse com o inverno ou com o sábado, pois a tribulação seria sem precedentes, a pior desde o início do mundo.

Ele ressaltou que, se não fosse pela intervenção divina em favor dos eleitos, nenhuma vida seria poupada. Mas, para preservar um remanescente em Jerusalém e cumprir a promessa divina, esses dias terríveis seriam encurtados. Jesus reiterou o aviso contra os falsos Messias e profetas, que tentariam enganar as pessoas com sinais e prodígios, alertando que eles poderiam enganar até mesmo os eleitos. “Eis que vos preveni”, concluiu Jesus, enfatizando a seriedade de suas palavras.

Observações sobre a Grande Tribulação de Jerusalém:

A profecia de Jesus sobre a destruição de Jerusalém em 70 d.C. se manifestou brutalmente. Após esse ano trágico, os judeus sobreviventes foram dispersos mundialmente, num fenômeno conhecido como Diáspora. Durante os séculos seguintes, estabeleceram comunidades em diversos locais, incluindo:

  • Roma: Uma comunidade judaica já existente em Roma se expandiu após a destruição de Jerusalém.
  • Alexandria: No Egito, Alexandria se tornou um refúgio para muitos judeus.
  • Babilônia: Além do exílio babilônico no século VI a.C., a Babilônia acolheu judeus após 70 d.C.
  • Constantinopla: Esta cidade (atual Istambul) se tornou um centro importante para os judeus durante a expansão do Império Romano Oriental.
  • Espanha: Cidades como Toledo, Sevilha e Barcelona foram centros culturais e intelectuais para os judeus na Idade Média.
  • Europa Central e Oriental: Judeus se estabeleceram em várias cidades, incluindo Varsóvia, Cracóvia, Budapeste e Praga.

Estas são algumas das principais cidades que abrigaram judeus após a destruição de Jerusalém. A Diáspora judaica moldou a história e a diversidade cultural judaica global.

A respeito do que Jesus disse sobre a desolação de Jerusalém, os relatos históricos confirmam a brutalidade dos romanos. A destruição do Templo em 70 d.C. foi conduzida pelo general Tito durante a Primeira Guerra Judaico-Romana. Os romanos não apenas incendiaram o Templo, mas também saquearam e profanaram os objetos sagrados, matando muitos judeus. Flávio Josefo, um historiador judeu, documentou detalhadamente esses eventos.

Além disso, os romanos impuseram um cerco severo a Jerusalém, levando à escassez de alimentos e água, causando fome e doenças. Após a conquista da cidade, muitos judeus foram mortos, escravizados ou deportados para outras regiões do Império Romano. A destruição do Templo e a subsequente Diáspora são marcos cruciais na história judaica, simbolizando uma transformação profunda na comunidade judaica e em sua relação com o Império Romano.

Segunda destruição de Jerusalém

Detalhe do Arco de Tito, no Fórum Romano, mostrando as tropas romanas levando os espólios de Jerusalém para Roma.

Observações:

Com a derrota da Grande Revolta Judaica contra o domínio romano, em 70, Jerusalém foi tomada pelas forças do comandante romano, Tito. Outra vez, as muralhas e o Templo de Jerusalém (que o rei Herodes, o Grande, ampliara e embelezara, tornando-o portentoso) foram destruídos, e o resto da cidade voltou a ficar em ruínas. A destruição de Jerusalém, também conhecida como Cerco de Jerusalém, ocorreu durante o governo do imperador romano Vespasiano.

Terceira destruição de Jerusalém

Pedras do lado oeste do Templo da Montanha (Jerusalém) jogados na rua pelos soldados romanos no ano 70 d.C.

Observações:

No ano 135 de nossa era, o imperador Adriano mandou arrasar a cidade, ao cabo da revolta judaica liderada por Simão bar Kokhba. Sobre os restos de Jerusalém, edificou-se uma cidade helênica (Élia Capitolina) e sobre o monte onde se erguera o santuário de do Senhor, erigiu-se um templo dedicado a ²Júpiter Capitolino.

Esta foi a última destruição que colocou um fim de vez em alguma tentativa de reerguer o templo. Até a data atual o templo de Jerusalém não foi ainda reerguido e resta apenas um grande muro que cercava a região do antigo templo. Popularmente conhecido como o muro das lamentações. Os judeus foram proibidos de viver próximo a Jerusalém e cerca de 900 aldeias judaicas na Judeia foram completamente destruídas e seus moradores mortos, escravizados ou banidos da região.

Na era moderna

Quase 1900 anos após os eventos devastadores de 70 d.C., Jerusalém foi retomada pelos judeus. Em 1948, a ONU (Organização das Nações Unidas) concedeu ao povo judeu o direito de retornar a Jerusalém, iniciando a construção do que viria a ser conhecido como o “Estado de Israel”. Esse retorno, contudo, não ocorreu sem conflitos. A região já era habitada pelos palestinos, cujas reivindicações territoriais permanecem uma questão controversa até os dias atuais.

Após o retorno dos judeus a Jerusalém, várias guerras e disputas irromperam pela cidade. Um dos eventos mais notáveis pós-1948 foi a Guerra dos Seis Dias, que alguns consideram um milagre divino. Embora não seja o foco principal deste texto, a Guerra dos Seis Dias é um marco histórico significativo e recomenda-se a pesquisa sobre esse evento para uma compreensão mais abrangente do contexto atual.

Atualmente em 2023, Israel trava uma batalha contra o Hamas, organização terrorista contra Judeus, essa guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista islâmico disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. O conflito perfura por 2 meses até então. Oremos para que a paz de Jesus prevaleça sobre a terra e que o mundo em que vivemos possa ser transformado pelo amor de Deus.

Entendimento dos versos 26 ao 31

Fernando rabello

A vinda do Filho do homem será manifesta

Assim como o relâmpago surge no leste e ilumina até o oeste, atravessando todo o horizonte, assim será a vinda do Filho do Homem. A analogia dos abutres localizando um cadáver, mesmo oculto na terra, simboliza a natureza inescapável desse evento. Essas palavras de Jesus não apenas predizem o julgamento sobre Jerusalém, mas também anunciam a esperança de seu retorno.

Ao falar sobre a destruição de Jerusalém, Jesus nos presenteia com a promessa de sua volta, comparável à súbita e visível aparição de um relâmpago. Contudo, essa volta terá consequências severas para aqueles que levam vidas desordenadas. Haverá lamento generalizado, e os mortos não permanecerão ocultos, simbolizando a revelação e o julgamento de todas as ações.

Aprofundando-se nas Escrituras, em Apocalipse 19, a partir do verso 15, encontramos profecias sobre esse dia vindouro. Entretanto, há também um convite à alegria para os que se vestem de linho finíssimo, resplandecente e puro. Este linho finíssimo representa os atos de justiça dos santos (Ap 19:8), sugerindo que aqueles que praticam a justiça terão um destino diferente no dia do julgamento.

Os sinais no céu

Após a tribulação mencionada, haverá fenômenos celestes extraordinários: o sol se escurecerá, a lua não emitirá sua luz, estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados. No céu, surgirá o sinal do Filho do Homem, e todas as tribos da terra lamentarão ao verem o Filho do Homem vindo nas nuvens com poder e grande glória. Anjos tocarão trombetas e reunirão os eleitos de Deus de todas as partes da terra, salvando-os do desastre e acolhendo-os no Reino de Deus.

Observações:

As palavras de Jesus descrevem eventos cósmicos e terrestres de magnitude impressionante. Todo o contexto dessas profecias está intrinsecamente ligado a Jerusalém e sua destruição, bem como ao destino daqueles envolvidos nessa catástrofe. Como já explorado neste estudo, esses eventos ocorreram historicamente, mas a partir do verso 29, Jesus se refere a acontecimentos futuros.

Proponho uma interpretação aberta e ampla dessas palavras, sugerindo que as mudanças descritas podem representar uma nova era na história mundial. De fato, a vinda de Jesus marcou uma divisão na história humana, delineando um “antes” e um “depois” de sua presença na Terra. Essa divisão é reconhecida universalmente na cronologia histórica. A seguir, apresentamos uma análise teórica das palavras de Jesus, propondo uma visão que vai além das interpretações tradicionais e considera os impactos cósmicos e históricos desses eventos.

O sol será escurecido e a lua deixará de dar sua claridade.

Vamos ao entendimento:

  • No contexto das profecias de Jesus, há referências a eventos celestes significativos: o escurecimento do sol e a perda de claridade da lua. Esses fenômenos estão intrinsecamente ligados, já que a lua reflete a luz do sol e, portanto, depende dele para brilhar. Ao considerar esses eventos de forma não permanente, como em dias nublados prolongados ou eclipses solares, pode-se interpretar que tais sinais no céu são temporários. Essa interpretação sugere que Jesus poderia estar se referindo não ao fim do mundo, mas especificamente à destruição de Jerusalém. Exemplo: Em Mateus 27:45-50 -, do meio dia até às três da tarde, a terra ficou em trevas, ou seja, escureceu por completo se referindo aos céus uma escuridão total e após às três da tarde, ocorreu aquele abalo sísmico onde a terra tremeu e as rochas se fenderam. Não posso concluir que esse acontecimento esteja se referindo ao que propomos aqui como interpretações teóricas sobre os acontecimentos de Mateus 24, mas é um exemplo cósmico do que as palavras de Jesus possa estar se referindo a uma ação temporária e não o fim do mundo como muitos propõem. Acredito na renovação total do nosso mundo, pois se o propósito fosse a destruição, o Senhor já teria permitido isso. Nosso Senhor valoriza a vida mais do que a morte.

Outro ponto que quero destacar, são metáforas. Não discutimos aqui, mas seria interessante termos uma breve interpretação de forma metafórica com o propósito de elucidar mais o contexto trazendo mais informações para nós.

Se pensarmos em algo metafórico: Os “poderes celestes – como Sol e Lua” podem ser interpretados como representações de autoridades ou poderes espirituais e terrenos. Essa abordagem pode sugerir que eventos terrenos significativos, como mudanças políticas ou sociais, estão refletidos em termos celestes. A frase pode estar relacionada à ideia de uma batalha espiritual ou a mudanças na ordem espiritual do universo.

Contudo, ainda há aspectos a serem explorados, como a queda de estrelas do céu e o abalo dos poderes celestes. Estes elementos podem ser interpretados de diversas maneiras, inclusive como metáforas para eventos catastróficos ou mudanças significativas, seja no âmbito físico ou espiritual. A compreensão desses sinais exige uma análise cuidadosa, levando em consideração tanto o contexto histórico quanto o teológico.

As estrelas dos céus e os poderes celestes serão abalados:

Vamos ao entendimento:

  • Nesta passagem, encontramos margem para diversas interpretações, temporárias ou permanentes. A queda das estrelas dos céus pode simbolizar um abalo nos poderes celestes ou no cosmo como um todo, levando a interpretações de uma potencial destruição da nossa galáxia ou sistema solar. As estrelas, sendo corpos celestes distantes da Terra, representam elementos fora do nosso mundo conhecido. Até o momento, a interpretação sugere uma destruição abrangente do nosso mundo.Entretanto, conforme mencionado anteriormente, há espaço para interpretações temporárias, como no caso do sol e da lua descritos por Jesus. A referência a estrelas e céus pode ser vista como uma chuva de meteoros intensa ou um fenômeno astronômico significativo, com numerosos meteoros visíveis no céu noturno. Esses “meteoros” ou “estrelas cadentes” não são estrelas reais, mas partículas que entram na atmosfera da Terra e se incendeiam, criando trilhas luminosas.Do ponto de vista espiritual, essa expressão simbólica pode indicar uma desestabilização ou desordem em valores e instituições até então considerados estáveis, como a percepção do céu ou a confiabilidade do dia e da noite.

As interpretações dos acontecimentos narrados por Jesus podem ser variadas, mas uma coisa é certa: as palavras de Jesus são eficazes e se cumprem. Seja qual for a interpretação, o que Jesus transmite é algo que será visivelmente percebido, alinhando-se com a tradição judaica de pragmatismo e representações visíveis. Jesus usou essa abordagem ao falar de sua vinda gloriosa, que será testemunhada por todos.

Ele enviará seus anjos para a separação final, como a do joio e do trigo. Resta a pergunta: quando Jesus voltar, encontrará fé na Terra? Seremos dignos da coroa da vitória? Essa reflexão é deixada para nossa contínua contemplação.

Entendimento dos versos 32 ao 36

Fernando rabello

Parábola da figueira

Jesus utiliza a parábola da figueira para transmitir uma lição sobre eventos futuros na terra. Essa árvore é mencionada em toda a Bíblia e tem sido usada como um símbolo para Israel. A figueira representa a restauração na terra e no povo judeu, pois quando suas folhas começam a brotar, é sinal de colheita. Jesus usa essa imagem para alertar seus ouvintes sobre os acontecimentos futuros, mas não especifica datas ou horas, pois somente Deus conhece o momento exato. Ele enfatiza a importância do arrependimento e de buscar à Deus. A parábola da figueira não se limita apenas aos judeus da época de Jesus; ainda hoje, estamos aguardando a gloriosa vinda de Jesus e devemos estar atentos aos sinais descritos por ele, pois eles indicam que nossa salvação está próxima.

Agora, se tratando de compreendermos com mais profundidade o texto e também trazendo ele para nossos dias, como podemos compreender essas palavras de Jesus vivendo em uma cultura diferente da época e não tendo as mesmas referências que os judeus da época tinham como a figueira, por exemplo.

  1. Contexto Histórico: A parábola foi originalmente dirigida à geração contemporânea de Jesus, com foco na iminente destruição de Jerusalém, conforme discutido nos capítulos anteriores. As palavras de Jesus são atemporais, permanecendo relevantes mais de dois mil anos depois, enquanto a geração original já não existe.
  2. Restauração e Salvação: A parábola enfatiza a dualidade entre o juízo e a salvação. Assim como os profetas do Antigo Testamento alertavam sobre as consequências dos erros e ofereciam caminhos de redenção, Jesus fala de restauração e salvação. A figueira, como símbolo, indica o início desses eventos, com a restauração de Israel sendo um sinal visível. Atualmente, a presença de judeus em Israel após anos de Diáspora é vista como parte dessa restauração. No entanto, a salvação final e mais significativa ainda está por vir, não apenas para os judeus, mas para toda a humanidade.
  3. Para os nossos dias: Na era contemporânea, podemos observar Israel (simbolizado pela figueira) e aguardar a restauração futura. Este ensinamento de Jesus não se limita ao contexto judaico; ele é um chamado universal para a vigilância e a preparação para a salvação oferecida através do Messias. A parábola da figueira nos lembra da importância de estarmos atentos aos sinais dos tempos e de buscar a salvação, ansiando pela restauração que virá dos céus.

Entendimento dos versos 37 ao 44

Fernando rabello

Vigiar para não ser surpreendido

Jesus, nas Escrituras, faz uma afirmação significativa sobre o dia de sua vinda, comparando-o aos dias de Noé antes do dilúvio. Esta comparação nos leva a revisitar a narrativa de Gênesis para entender melhor a mensagem de Jesus.

Como nos dias de Noé, será a vinda do Filho do Homem.

  • Em Gênesis 6, a Bíblia descreve um período de intensa corrupção e maldade humana, levando Deus a lamentar a criação da humanidade. Em meio a essa corrupção, Noé se destaca como um homem justo aos olhos de Deus. A terra estava consumida pela maldade, e as ações dos homens daquela época refletem muitos comportamentos vistos atualmente. Deus instrui Noé a construir uma arca, um refúgio para sua família e espécies animais selecionadas, ante a iminente destruição pela água. A história de Noé é um relato de regeneração e segunda chance para a humanidade e a criação.

Retornando ao ensinamento de Jesus, Ele esclarece que sua segunda vinda será inesperada, semelhante à súbita chegada do dilúvio nos dias de Noé. Jesus adverte que, naquele dia, algumas pessoas serão levadas, outras deixadas, indicando uma separação súbita durante atividades cotidianas. A comparação sugere que, tal como os que estavam na arca foram salvos, assim será com os que permanecerem na terra durante a segunda vinda.

Jesus utiliza a história de Noé para ilustrar a imprevisibilidade de sua vinda. A analogia implica que a salvação não é uma fuga da terra, mas uma transformação nela. É importante refletir sobre essa visão: se alguém é “levado”, isso significa salvação ou perda? A presença de Jesus promete regenerar a terra e a humanidade, não abandoná-las. As ressurreições mencionadas na Bíblia, como na visão profética de Isaías, apontam para uma renovação terrena.

A vinda do Filho do Homem trará regeneração à terra e à humanidade. Por isso, vemos através de Jesus a ressurreição do ser humano. Lemos sobre a Eternidade na Bíblia, ou seja, os túmulos se abrindo e os que aguardavam a ressurreição estão de pé. Todos estes aspectos apontam para uma vida na terra e não fora dela. Não sabemos o que há fora da terra. Como Jesus proporia uma visão de acontecimentos reais onde nós nunca imaginaríamos estar?

Todas as analogias da Bíblia se fazem com algo que já conhecemos e nunca foi diferente, pois Deus quer nos dar clareza de sua visão para que não demos desculpas de que não entendemos e usemos essas desculpas para sustentar nossas irresponsabilidades. Então, mais uma vez: “Não seremos deixados para trás, seremos salvos pelo Messias e veremos uma coisa nova acontecer diante de nossos olhos, e a visão que Isaías teve há 700 anos antes da vinda do Messias na terra se cumprirá.” Leia Isaías 11 e 35.

Entendimento dos versos 45 ao 51

Fernando rabello

Parábola do mordomo

Na Parábola do Mordomo, Jesus desafia seus seguidores a refletirem sobre sua missão e responsabilidade enquanto esperam por sua segunda vinda. Ele questiona: “Quem é o servo fiel e prudente, aquele que aguarda com firmeza o retorno do Senhor, mantendo-se íntegro em meio à maldade do mundo?” Aquele servo que for encontrado diligentemente cumprindo suas tarefas, ao contrário de se desviar para práticas mundanas e malignas, será considerado feliz pelo Senhor.

Esta parábola reforça a lição aprendida anteriormente sobre a vinda de Cristo, onde alguns serão levados e outros deixados. A mensagem central é a manutenção da esperança e da convicção firme de que o Messias voltará, não para nos resgatar da terra, mas para trazer salvação à terra e a tudo o que nela habita. O Senhor não demorará, e aquele que, em vez de praticar o bem, estiver cometendo maldades, enfrentará um encontro precoce com o Senhor, sendo removido e enfrentando o julgamento divino. O destino de tal servo é descrito como um lugar de choro e ranger de dentes, simbolizando arrependimento e sofrimento.

A parábola serve como um lembrete contínuo da importância de viver uma vida de integridade e devoção, em antecipação ao retorno do Senhor. Ela enfatiza que nossa tarefa é cultivar a bondade e a justiça na terra, preparando-nos e ao nosso ambiente para a segunda vinda de Cristo. Isso ressoa com a ideia de que a redenção e a restauração abrangem toda a criação, não apenas a humanidade.


Notas de rodapé:

¹ – Após a morte e ressurreição de Jesus, muitos aventureiros se proclamaram Messias. Um dos mais notórios foi Simão bar Kokhba, líder de uma revolta judaica contra o domínio romano na Judeia entre 132 e 135 d.C. Ele foi um líder militar e político, reunindo um exército considerável e conquistando vitórias temporárias contra os romanos. No entanto, a rebelião foi brutalmente reprimida, resultando em uma derrota devastadora para os judeus e na destruição de Jerusalém.

² – Júpiter (mitologia): Júpiter (em latim: Iuppiter, Dis Pater ou Deus Pater; em grego: Zeu pater; em sânscrito: Dyàuṣpítaḥ), também chamado de Jove (Jovis), é o deus romano do dia, do céu e do trovão e o rei dos deuses na mitologia romana, comumente identificado com o deus grego Zeus. Na mitologia romana Júpiter é o pai do deus Marte. Assim, Júpiter é o avô de Rómulo e Remo, os lendários fundadores de Roma. Júpiter é filho de Saturno e Cibele. Na mitologia romana, ele negocia com Numa Pompílio, o segundo rei de Roma, para estabelecer os princípios da religião romana como oferendas e sacrifícios.

Fonte: Júpiter (mitologia) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) – Acessado: 21/06/2023


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